O Brasil registrou 530 mortes e 17.758 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Nesta quarta-feira (6), a média móvel de óbitos ficou em 462, uma ligeira queda em relação ao índice da terça-feira (5), que ficou em 483.
De acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde(Conass), o país soma um total de 599.359 óbitos e 21.516.832 infecções pela Covid-19 registrados desde o início da pandemia, em março de 2020.
O Ministério da Saúde deve publicar nos próximos dias uma recomendação para que estados e municípios avaliem o momento certo para a desobrigação do uso de máscaras contra a Covid-19. Leia mais.
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira que não vai liberar o uso obrigatório de máscaras neste momento, apesar de anunciar reduções de mortes, internações e casos de Covid-19 no Estado.
Duque de Caxias, a primeira cidade do país a desobrigar o uso da máscara na pandemia, amanheceu com ruas movimentadas nesta quarta-feira. o primeiro dia sem uso obrigatório do item de proteção dividiu a população da cidade da Baixada Fluminense.
Metade das mortes por Covid-19 em hospitais do Brasil poderiam ter sido evitadas minimizando problemas no sistema de saúde, que envolvem o acesso e a disponibilidade de recursos, além das grandes disparidades entre regiões do país, segundo o último relatório da Equipe de Resposta à Covid-19 do Imperial College London, do Reino Unido. Leia mais.
Pesquisadores britânicos descobriram que pessoas infectadas com a variante Delta têm menos probabilidade de transmitir o vírus se já tiverem sido completamente imunizadas com a vacina contra Covid-19. Mas esse efeito protetor é relativamente pequeno e diminui de forma alarmante três meses após o recebimento da segunda dose. Leia mais.
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira que 467 municípios do estado não registraram mortes por Covid-19 na última semana, o que representa sete a cada dez cidades paulistas. Leia mais
Metade das mortes por Covid-19 em hospitais do Brasil poderiam ter sido evitadas minimizando problemas no sistema de saúde, que envolvem o acesso e a disponibilidade de recursos, além das grandes disparidades entre regiões do país, segundo o último relatório da Equipe de Resposta à Covid-19 do Imperial College London, do Reino Unido.
Com base nos dados públicos de morte por Covid do Brasil, o relatório afirma que as taxas de mortalidade por Covid-19 em hospitais brasileiros flutuam extensivamente desde o início da pandemia e variam dramaticamente em todo o território nacional, substanciadas pela disseminação da variante Gama no país.
A pressão sobre o sistema de saúde brasileiro, grandes desigualdades na distribuição de recursos de saúde e a escassez de capacidade do setor em todo o Brasil impulsionam as altas taxas de mortalidade, concluiu o relatório.
Sem a pressão adicional sobre o sistema de saúde, causado pela pandemia, e sem as limitações de recursos, cerca de um quarto das mortes por Covid-19 em hospitais do Brasil poderiam ter sido evitadas, segundo o relatório.
Além disso, se não houvesse desigualdades nas taxas de mortalidade em todo o país, metade das mortes em hospitais por Covid-19 poderiam ter sido evitadas, afirmou o relatório.
Os dados mostraram ainda que, em muitas das capitais brasileiras, mais da metade dos pacientes mais velhos morreram em decorrência da Covid-19 em curtos períodos de tempo, com internações de algumas semanas.
Saúde brasileira precisa de investimento
Os pesquisadores sugerem que os investimentos em recursos de saúde, otimização do setor e a preparação para pandemia são essenciais para minimizar a mortalidade e morbidade da população causadas por patógenos altamente transmissíveis e mortais como SARS-CoV-2, especialmente em países de baixa e média renda.
“A mensagem principal do nosso estudo é que o impacto das novas variantes do SARS-CoV2 na mortalidade por Covid-19 precisa ser considerado no contexto mais amplo das desigualdades nos cuidados de saúde e recursos limitados. Esses fatores são frequentemente esquecidos, mas também representam determinantes críticos da mortalidade por Covid-19”, disse Oliver Ratmann, do Imperial College London, no boletim que divulgou o relatório.
A imunologista Ester Sabino, professora da Universidade de São Paulo, afirmou ao Imperial College London, que este cenário brasileiro não muda com as variantes.
“Os choques nas taxas de mortalidade nas capitais brasileiras ocorreram desde o início da pandemia e não apenas desde o surgimento da variante Gama”, disse.
Já a professora Márcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, disse ao observatório britânico, que investir nestes gargalos da saúde brasileira é algo essencial para a sustentação do sistema.
“A extensa variação geográfica e choques temporais nas taxas de mortalidade nas capitais brasileiras são uma chamada urgente à ação, para investimentos sustentados no maior sistema de saúde público do mundo, esforços contínuos para limitar a disseminação da SARS- CoV-2, e melhorando o acesso e absorção da vacina”
- Saúde prepara recomendação para estados e municípios avaliarem retirada de máscaras
O ministério da Saúde deve publicar nos próximos dias uma recomendação para que estados e municípios avaliem o momento certo para a desobrigação do uso de máscaras contra a Covid-19.
A medida, que servirá como guia, foi acelerada depois de algumas cidades apresentarem seus planejamentos para isso. Até então, o ministro Marcelo Queiroga afirmava, apenas, que a pasta estava fazendo estudos.
Para padronizar, o ministério organiza diretrizes baseadas em estratégias adotadas por outros países, como Estados Unidos e Austrália, que consideram a porcentagem de vacinados em comparação com número de casos, mortes e internações.
Fontes, que participam dessas discussões, disseram à CNN que a pasta teme que haja um efeito cascata à decisão do município de Duque Caxias (RJ), que, ontem (5), anunciou a desobrigação, e à intenção da prefeitura de São Paulo, que encomendou um estudo aos técnicos da secretaria municipal de Saúde para que seja possível eliminar o uso de máscara, inicialmente, em áreas externas.
Em junho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobrou o ministro Marcelo Queiroga por uma data para a retirada das máscaras. Queiroga, então, pediu os estudos aos técnicos e foi criticado pela comunidade médica, que considerou, na época, ser muito cedo para se discutir a questão.
- 'Dedos de covid': o raro sintoma que atinge mãos e pés
Condição parece ser resultado da ação do próprio sistema imunológico que ataca corpo de indivíduo após infecção
Cientistas dizem ter descoberto por que algumas pessoas que contraem covid-19 desenvolvem lesões semelhantes à frieira nos dedos dos pés e até mesmo nos das mãos.
Os chamados 'dedos de covid' parecem ser resultado da ação do próprio sistema imunológico que ataca o corpo do indivíduo após a infecção.
Os pesquisadores afirmam ter identificado as partes do nosso organismo envolvidas nesse processo.
As descobertas, publicadas na revista científica British Journal of Dermatology, podem ajudar nos tratamentos para aliviar os sintomas.
Os 'dedos de covid' podem acontecer em qualquer idade, mas afeta mais comumente crianças e adolescentes.
Para algumas pessoas, a reação é indolor, mas para outras a erupção pode causar dor extrema e coceira, acompanhada de bolhas e inchaço.
A escocesa Sofia, que tem 13 anos, mal conseguia andar ou usar sapatos quando desenvolveu 'dedos de covid' no início deste ano.
Em entrevista à BBC, ela contou como, durante o verão, passou a depender de uma cadeira de rodas para caminhadas mais longas.
A pele afetada — geralmente os dedos dos pés, mas às vezes os das mãos — pode apresentar coloração vermelha ou roxa. Algumas pessoas desenvolvem protuberâncias elevadas e dolorosas ou áreas de pele áspera. Também pode haver pus.
A condição pode durar semanas ou até mesmo meses.
Frequentemente, quem sofre de 'dedos de covid' não apresenta nenhum dos sintomas clássicos da covid-19, como tosse persistente, febre e perda ou alteração no odor ou no paladar.
As últimas descobertas do estudo, baseadas em testes de sangue e pele, sugerem que duas partes do sistema imunológico podem estar em ação.
Ambos envolvem mecanismos que o corpo usa para combater o coronavírus.
Um é uma proteína antiviral chamada interferon tipo 1 e o outro é um tipo de anticorpo que ataca erroneamente as próprias células e tecidos da pessoa, não apenas o vírus invasor.
As células que revestem os pequenos vasos sanguíneos que abastecem as áreas afetadas também estão envolvidas, dizem os pesquisadores da Universidade de Paris, França.
Os cientistas estudaram 50 pessoas com suspeita de 'dedos de covid' na primavera de 2020, e 13 outras com lesões de frieira semelhantes que não estavam relacionadas a infecções pelo novo coronavírus, porque ocorreram muito antes do início da pandemia.
Eles esperam que as descobertas ajudem os pacientes e médicos a entender melhor a condição.
O médico Ivan Bristow, diz que, para a maioria, as lesões geralmente desaparecem por conta própria, como as frieiras comuns durante crises de resfriado e em pessoas com problemas de circulação.
Mas algumas podem precisar de tratamento com cremes e outros medicamentos.
"A confirmação da causa ajudará a desenvolver novos tratamentos para gerenciá-la de forma mais eficaz", diz ele.
Já a dermatologista Veronique Bataille, porta-voz da ONG British Skin Foundation, diz que os 'dedos de covid' foram observados com muita frequência durante a fase inicial da pandemia, mas a condição se tornou menos usual durante as infecções causadas pela variante Delta.
A explicação provável para isso se deve a mais pessoas sendo vacinadas ou tendo alguma proteção contra a covid por causa de infecções anteriores.
"Ter essa condição após ser vacinado é muito mais raro", diz ela.
Os problemas de pele relacionados à covid podem aparecer um pouco depois da infecção aguda e em pessoas que não apresentam outros sintomas, então a associação com o vírus às vezes nem sempre acontece, acrescenta Bataille.
Fonte: CNN Brasil - BBC News Brasil