Levantamento exclusivo feito pelo portal de notícias G1 mostra que o Amapá é o estado com a maior taxa de mortes por intervenção policial do país. Ao todo, 65 pessoas morreram por policiais somente no primeiro semestre deste ano, representando um índice de 7.7 por 100 mil habitantes. No Brasil foram 2.886 pessoas mortas neste período.
Os dados revelam ainda que o Amapá teve um aumento de 242,1% nas mortes se comparado com o mesmo período de 2018. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 5.1 pessoas mortas a cada 100 mil habitantes. Distrito Federal é o que possui a menor taxa, com 0.2, segundo o ranking.
Das 27 unidades da federação, 15 tiveram uma queda nas mortes e outras 10 registraram alta ou se mantiveram no mesmo patamar. Goiás foi o único estado que não entregou os dados ao portal de notícias.
As mortes estão relacionadas a confrontos com militares ou lesão não naturais com intencionalidade envolvendo policiais na ativa, seja em serviço ou de folga.
Em entrevista ao portal de notícias G1, o secretário de Segurança do Amapá, coronel José Carlos Correa de Souza, informou que o aumento está relacionado com o índice de confrontos das forças policiais com organizações criminosas.
Segundo ele, muitos criminosos migraram para estados do Norte e do Nordeste afim de encontrar novas rotas para o tráfico de armas e drogas. Além disso, o estado possui organizações criminosas que entram em confronto umas com as outras e é necessário a intervenção da polícia para garantir a segurança da população amapaense.
Para reverter esse quadro, o secretário informou que o estado está investindo em inteligência conjunta de todas as forças de segurança estadual e federal.
Morte de policiais
O levantamento mostra também o índice de policiais mortos em confrontos. O Amapá possui uma das menores taxas do país, com apenas um policial morto neste semestre, representando um índice de 0.2 por mil policiais. Os dados mostram ainda que o estado teve uma queda de -50% se comparado com o mesmo período de 2018.
Pará, estado vizinho do Amapá, é o que teve maior registro neste período com 35 policiais assassinados.