O remédio lecanemab é capaz de reduzir o declínio cognitivo resultante do Alzheimer em 27% ao longo de 18 meses, de acordo com pesquisa publicada na 3ª feira (29.nov.2022) no jornal científico New England of Journal of Medicine.
A droga é desenvolvida pelas farmacêuticas Eisai, do Japão, e Biogen, dos EUA. Eis a íntegra do artigo, em inglês (561 KB).
Os pesquisadores conduziram um estudo de fase 3 do medicamento em 1.795 pessoas de 50 a 90 anos com Alzheimer em estágio inicial. Os participantes da América do Norte, Europa e Ásia foram divididos em 2 grupos: 897 receberam placebo e 898, a droga.
O lecanemab foi desenvolvido para atacar a proteína beta-amiloide, substância que se acumula no cérebro de pacientes com Alzheimer.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa. Ao longo do tempo, ocorre perda progressiva de neurônios em regiões do cérebro que controlam, por exemplo, a memória, a linguagem e o raciocínio.
Apesar dos bons resultados, foram também encontrados efeitos colaterias nos pacientes tratados com o lecanemab. Mais de 25% dos que receberam o medicamento tiveram reações adversas. Nos participantes do grupo de placebo, foram 7,4%.
Os cientistas classificam os efeitos colaterais como moderados. Em torno de 17,3% apresentaram sinais de sangramento cerebral –em comparação com 9% no grupo que tomou placebo. Houve inchaço cerebral em 12,6% das pessoas que tiveram acesso ao medicamento, contra 1,7% das que receberam placebo.
“Ensaios mais longos são necessários para determinar a eficácia e segurança do lecanemab no início da doença de Alzheimer”, lê-se no estudo.
Ao fim da pesquisa, 13 participantes morreram: 6 que receberam o medicamento e 7 que receberam o placebo. Os pesquisadores disseram que não consideraram haver relação em nenhuma das mortes com o medicamento.
“O lecanemab demonstrou consistência de resultados considerando-se diferentes escalas de cognição e diferentes subgrupos (cor, etnia, comorbidades)”, disse a Eisai em comunicado. “O tratamento com lecanemab mostrou que houve risco 31% menor de conversão para o próximo estágio da doença.”
Os dados estão sendo avaliados por órgãos reguladores dos EUA, que analisam a autorização para um uso mais amplo do medicamento.
Fonte: Poder360