Economia

Mercado financeiro eleva projeção de inflação para este ano





A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, registra um aumento em relação à projeção da semana passada. O índice passa de 5,23% para 5,31%. Para 2024 e 2025, as projeções são de inflação em 3,65% e 3,25%, respectivamente.

A estimativa consta na edição de hoje (2) do Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

A próxima reunião do Copom está marcada para 31 de janeiro e 1° de fevereiro deste ano. Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic seja mantida nos mesmos 13,75% ao ano nessa primeira reunião do ano. Mas para o fim de deste ano, a estimativa é de que a taxa básica fique em 12% ao ano, contra 11,75% ao ano previstos na semana passada. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

Para este ano, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – passa de 0,79%, na semana passada, para 0,80%. Para 2024, o mercado financeiro manteve estável em 1,50%. Para 2025 revisou a expectativa de crescimento do PIB de 1,90% para 1,89%.

Já a projeção para a cotação do dólar para este ano, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,27. Para 2024 e 2025, a projeção é R$ 5,26 e R$ 5,30, respectivamente.

 

- Inflação pelo IPC-S varia 0,35% na quarta quadrissemana de dezembro

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,35% na quarta quadrissemana de dezembro, acumulando alta de 4,28% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

O levantamento, que pesquisou preços entre os dias 1º e 31 de dezembro, comparados aos coletados entre 1º e 30 de novembro de 2022, apontou que quatro das oito classes de despesa componentes do índice tiveram queda em suas taxas de variação. A maior contribuição foi do grupo transportes, que passou de 0,24%, na terceira quadrissemana de dezembro para -0,07%. A principal variação ocorreu na gasolina, cujo preço ficou 1,21% mais barato, depois de cair 0,09% no levantamento anterior.

Foi registrada desaceleração no aumento da taxa dos grupos alimentação (0,98% para 0,73%), habitação (0,40% para 0,31%) e despesas diversas (0,09% para 0,03%). Os destaques foram hortaliças e legumes (8,90% para 5,17%), eletricidade residencial (1,19% para 0,43%) e alimentos para animais domésticos (1,61% para 0,95%).

Pelo lado das acelerações, o grupo educação, leitura e recreação passou de -0,29% para -0,07%, comunicação foi de 0,50% para 0,74%, vestuário registrou 0,72% na medição anterior e foi para 0,87% e saúde e cuidados pessoais passou de 0,48% para 0,55%.

Passagem aérea foram de -1,74% para -1,05%, mensalidade para TV por assinatura passou de 1,04% para 1,40%, calçados infantis registrou -0,37% no levantamento anterior e agora ficou em 2,64% e artigos de higiene e cuidado pessoal passou de 0,07% para 0,32%.

 

Fonte: Agência Brasil