Economia

Dólar fecha na estabilidade, cotado a R$ 5,45; Ibovespa opera em alta





O dólar fechou rondando a estabilidade nesta quarta-feira (4), com variação negativa de 0,04%, cotado a R$ 5,451 na venda, refletindo ajustes de posições após salto recente da moeda e reações positivas de investidores a acenos do novo governo à manutenção da política de preços da Petrobras e de reformas estruturais promovidas em gestões anteriores.

Ao longo da sessão, a moeda norte-americana alternou altas e baixas frente ao real, após registrar valorização de 3,3% nos dois primeiros dias úteis da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.

Já o Ibovespa operava em alta de 1% por volta das 17h10, aos 105.301,87 pontos, com investidores ajustando posições após queda acentuada dos ativos brasileiros nos primeiros dois pregões do ano, mas ainda temerosos com a agenda econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Enquanto isso, no mercado de juros futuros, as taxas dos principais DIs retomavam a alta recente, com ganhos de 11 a 19 pontos-base na curva de janeiro de 2024 a janeiro de 2028, mas em ritmo mais moderado que o visto nos dois primeiros pregões do ano.

É normal, depois de movimentos acentuados dos ativos brasileiros, haver momentos pontuais de ajuste, conforme investidores realizam lucros, dizem especialistas. No entanto, permaneciam temores no mercado sobre a agenda do novo presidente e seus ministros, que devem manter a volatilidade elevada no curto prazo.

“O noticiário político segue adicionando pressão no cenário doméstico –com dúvidas na dinâmica da dívida pública nos próximos anos e temores sobre eventual revogação de leis e reformas– agora com a possibilidade de nova reforma na Previdência”, destacou a XP Investimentos em nota a clientes.

Na véspera, o novo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, criticou em seu discurso de posse a reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro, chamando-a de “antirreforma” e dando sinais de que discutirá mudanças.

Por outro lado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quarta-feira quenão há nenhuma proposta sendo pensada nesse momento para revisão de reformas, incluindo a previdenciária.

Enquanto isso, a postura relativamente moderada do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não tem sido capaz de acabar com o pessimismo do mercado.

“Os discursos de Haddad mostram uma abordagem considerada ‘amigável’ ao mercado, abordando temas como responsabilidade fiscal e reforma tributária. No entaermaneciam temores no mercado sobre a agenda do novo presidente e seus ministros, que devem manter a volatilidade ento, a falta de sinalizações mais concretas, como, por exemplo, a nova âncora fiscal, tem frustrado os operadores”, disse a Levante Investimentos em relatório.

No exterior, a sessão era de queda de preços de commodities como o minério de ferro e o petróleo, enquanto Wall Street adotava um viés positivo, em sessão marcada por expectativa para a divulgação da ata da última decisão de juros do banco central norte-americano.

A ata da reunião, divulgada nesta quarta-feira (4), mostrou os formuladores de política monetária ainda focados em controlar o ritmo dos aumentos de preços, que ameaçam ser mais fortes do que o previsto, e preocupados com qualquer “percepção errônea” nos mercados financeiros de que seu compromisso com o combate à inflação esteja, de alguma forma, enfraquecendo.

Petrobras

As ações da Petrobras, que caíam mais de 1% mais cedo, após a renúncia de Caio Paes de Andrade ao cargo de presidente da companhia, avançavam mais de 3% nesta tarde.

O indicado do governo para chefiar a estatal, Jean-Paul Prates, disse nesta quarta-feira, durante cerimônia de posse de Geraldo Alckmin ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que não haveria mudança na política de preços da petroleira, assim como intervenção direta no mercado.

Com a saída antecipada de Caio Paes de Andrade, o diretor-executivo de produção João Henrique Rittershaussen foi escolhido para comandar a Petrobras interinamente até a eleição e posse do novo CEO.

Na terça-feira (3), o Ministério de Minas e Energia enviou um comunicado para o Conselho de Administração da Petrobras confirmando que o senador Jean Paul Prates será indicado para assumir o comando da empresa.

Fonte: CNN