Esporte

Rayssa Leal brilha em disputa de alto nível e é campeã mundial de skate





Rayssa Leal faturou mais um título mundial de skate street neste domingo (5), ao vencer o campeonato organizado pela World Skate em Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. Ela já havia ganhado o Super Crown da SLS em novembro passado. No masculino, Kelvin Hoefler foi quarto, mas não chegou a brigar por pódio.

É o primeiro título da brasileira de 15 anos neste tipo de evento, e o que vai ficar para a história é que ela é a campeã mundial de 2022. Isso porque o Mundial do ano passado, que seria no Rio, foi cancelado de última hora, e levado para o emirado vizinho a Dubai.

A conquista veio apesar de uma lesão no punho direito, causada por uma queda em treino da quinta-feira. Ela reclamou bastante de dores na sexta, mas não deixou o problema atrapalhar seu desempenho.

Em Sharjah, hoje, a disputa foi de altíssimo nível entre quatro adolescentes. Rayssa ficou com o ouro com 255,58, seguida de muito perto pela vice-campeã Chloe Covell, australiana de apenas 12 anos e novo fenômeno do skate mundial, que tirou 253,31.

Mimiji Nishiya, 15, campeã olímpica em Tóquio, ficou apenas a 0,21 de Covell, em terceiro, seguida de perto de Rizu Akama, outra japonesa, que somou 251,91, em quarto. Funa Nakayama, bronze olímpica, pecou ao não completar uma volta limpa e terminou em quarto. 

O skate formato olímpico leva em conta a melhor nota entre 2 voltas de 45 segundos e a as duas melhores entre cinco manobras. Gabi Mazetto também não conseguiu uma volta redonda e terminou em sexto. Pâmela Rosa teve o mesmo problema, só acertou uma manobra, e ficou em oitavo.

Como foi?

  • Covell abriu com uma ótima volta de 86,06, mas logo em seguida foi ultrapassada por Nishiya, que tirou 86,81.
  • Rayssa veio na sequência e não arriscou. Fez uma volta básica, tirou 83,32, e garantiu ficar na briga.
  • Na segunda volta, as três não conseguiram melhorar as notas, e viram Akama entrar na briga, com 84,49.
  • Na primeira rodada de manobras, Rayssa conseguiu ótimo 84,44, mas não foi melhor que Akama, que tirou 85,04.
  • Covell e Nishiya brilharam na segunda tentativa, ambas ultrapassando Rayssa, que errou.
  • Na terceira rodada, Covell pulou para o primeiro lugar, com 81,31, que logo passou para Nishiya, que tirou 82,44.
  • Mas faltava Rayssa, que repetiu a manobra que deu a melhor nota das semifinais e tirou 87,22, melhor nota também da final.
  • Restando duas tentativas, a brasileira tinha entre 2 e 4 pontos de vantagem sobre as rivais, que precisavam arriscar.
  • A única a acertar foi Covell, que melhorou sua nota em um ponto, ficando a dois de Rayssa.

Outras brasileiras

Tanto Pâmela Rosa quanto Gabi Mazetto não conseguiram fazer voltas limpas, cometendo falhas e passando longe do patamar de 80 pontos, mínimo para continuar na briga por medalhas. Pâmela ficou com 43,38 pontos, Gabi com 58,64.

Nas manobras, elas foram melhores. Ambas fizeram uma manobora de 83 pontos cada uma, Gabi ainda conseguiu um 79, mas isso só permitiu a ela chegar em sexto. Pâmela ficou em oitavo.

Masculino

Entre os homens, a disputa também teve o sarrafo altíssimo, com uma clara disputa entre skatistas mais técnicos, como o português Gustavo Ribeiro, e a explosão de Aurelien Giraud, francês que levou a melhor e ficou com o título.

Com saltos altíssimos e bastante longos, Giraud conseguiu duas notas acima de 90 nas manobras e somou 269,33, contra 267,38 de Ribeiro, que havia vencido o Super Crown. O bronze ficou com o fenômeno Ginwoo Onodera, japonês de somente 12 anos, que somou 263,04.

Jagger Eaton e Chris Joslin, ambos norte-americanos, tiveram uma volta e uma manobra acima de 88 pontos, e chegariam ao ouro com mais uma manobra nesse patamar. Os dois, porém, erraram as quatro tentativas.

Assim, o quarto lugar ficou com o brasileiro Kelvin Hoefler, que não foi brilhante, depois de uma lesão no punho ontem. Tirou 81,12 na primeira volta, errou a segunda, e conseguiu um 80,15 e um 87,32 como melhores manobras. Terminou com 248,59 pontos, a 15 do bronze.

Histórico

Este é só o segundo Mundial de Skate Street organizado pela World Skate. A primeira edição foi em junho de 2021, no Rio, pouco antes de Tóquio-2020. Duas japonesas, Nishimura e Nishiya, fizeram dobradinha no pódio, e Rayssa Leal, então com 13 anos, foi bronze.

A comunidade do skate, porém, há anos considera que tem peso de Mundial o evento final da Street League Skateboarding (SLS), chamado Super Crown. No feminino, Pamela ganhou em 2019 e 2021, enquanto Rayssa foi a campeã de 2022, no Rio.

Na semana que vem, com a mesma programação, acontece o Mundial de Skate Park. As eliminatórias femininas serão na quarta, a masculina na quinta, com quartas na sexta, semifinal no sábado e final no domingo.

 

Fonte: UOL