O Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,07% nesta sexta-feira, aos 108.078,27 pontos, após operar rondando a estabilidade na sessão de hoje. No acumulado da semana, o índice registra perdas de 0,24%, influenciado por tensões entre o governo e o Banco Central (BC) e o tombo do Bradesco, que divulgou resultados abaixo do esperado pelo mercado.
Já o dólar fechou em queda de 0,98% nesta sexta-feira (10), cotado a R$ 5,22. Foi a maior queda percentual diária desde 25 de janeiro (-1,21%).
Na semana, a moeda acumula valorização de 1,49%, com investidores ainda preocupados com a possibilidade de o Banco Central ceder a críticas do governo sobre a conduta da política monetária.
Alpargatas, Bradesco e Azul lideraram as perdas do índice, com quedas de 18,68%, 8,19% e 7,46%, respectivamente. Investidores reagiam ao dados do balanço financeiro do quarto trimestre, divulgados na véspera pelas companhias.
Os principais ganhos do pregão vinham de Vale e Petrobras, que avançavam devido à valorização das commodities e à redução da oferta de petróleo após o corte da Rússia, o que deve levar à alta do preço.
Ainda assim, a bolsa brasileira reage sobre a discussão da possível mudança da meta da inflação no país. Além disso, o governo não muda a postura acerca do avanço na gestão do BC.
Este imbróglio fez o mercado ignorar o dado de serviço, que veio muito acima do esperado. Segundo o IBGE, o setor de serviços registrou alta de 3,1% em dezembro. Trata-se do maior patamar da série histórica, iniciada em 2011.
A moeda norte-americana à vista teve alta de 1,48% na quinta, a R$ 5,273 na venda, maior patamar para encerramento desde 5 de janeiro (R$ 5,352) e ficando acima de suas médias móveis lineares de 50, 100 e 200 dias.
O Banco Central fez neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de abril de 2023.
Também nesta sexta-feira tem fim a semana intensa de divulgação de balanços trimestrais das empresas abertas. A Usiminas apresentou seu resultado nesta manhã, desanimando os investidores após reverter o lucro de 2021 e ter prejuízo de R$ 838,8 milhões no quarto trimestre.
Na véspera, a decepção do mercado foi o Bradesco, que sofreu com provisões extras de R$ 4,9 bilhões graças à Americanas e viu seu lucro cair 75,9% no quarto trimestre. Além disso, o forte aumento na provisão mostra que o banco está se preparando para um crescimento da inadimplência, já considerando os quase R$ 5 bi somente para a Americanas.
Já a Multiplan teve lucro líquido de R$ 239 milhões no último quarto do ano, alta de 11,9% sobre o mesmo período de 2021. A companhia de shopping centers recuperou parte do fluxo de visitantes e de vendas depois do período mais duro da pandemia, obtendo faturamento maior com aluguéis de logistas e uso de estacionamento.
Por fim, a Tim teve lucro líquido normalizado de R$ 590 milhões no quarto tri do ano passado, recuo de 23,2% ante 2021. A baixa se deve em razão da dívida e das despesas financeiras, como o pagamento de juros, segundo a empresa.
Fonte: CNN