Economia

Dólar fecha a R$ 5,21





O dólar fechou em queda de 0,12% nesta quinta-feira (16), cotado a R$ 5,211, após um dia de oscilações entre altas e baixas.

Já o Ibovespa iniciou a sessão em queda nesta quinta-feira, mas inverteu o sinal no início da tarde após divulgação de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista à CNN. Por volta das 17h15, o principal índice da B3 operava no campo positivo, 0,4%, aos 110.039 pontos.

O mercado reagiu à fala do presidente negando o tom de enfrentamento com o Banco Central e disse que não cabe a ele enfrentar a instituição. “Não cabe ao presidente da República ficar brigando com o presidente do Banco Central”, disse à âncora da CNN Daniela Lima. “Eu até teria direito, porque ele não é presidente do BC indicado por mim, ele foi indicado pelo Bolsonaro, ele foi indicado pelo Guedes, então significa que a cabeça política dele é uma cabeça muito diferente da minha e daqueles que votaram em mim. Mas ele está lá, tem um mandato”.

O pregão também ocorre em meio  à primeira reunião do Conselho Monetário Nacional do governo Lula, com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e o chefe do BC, Roberto Campos Neto.

Os investidores ficam de olho nos tópicos abordados na reunião, que serão divulgados às 18h, após o fechamento do mercado. A apreensão ocorre depois de sinais que o governo não discutirá alterar a meta de inflação neste primeiro encontro e buscará reduzir os atritos com o Banco Central (BC).

O mercado brasileiro também mantém no radar o que acontece exterior nesta quinta, com os dados de inflação ao produtor e o discurso do Fed. Ambos devem dar mais dicas do que vem pela frente e ancorar as expectativas dos investidores.

Na véspera, a moeda norte-americana à vista teve alta de 0,36%, a R$ 5,218 na venda.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de abril de 2023.

 

- Banco Central tem prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022

 

Instituição receberá R$ 36,6 bilhões do Tesouro Nacional

 

Depois de registrar lucro recorde de R$ 85,9 bilhões em 2021, o Banco Central (BC) teve prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje (16) o balanço da instituição no ano passado.

Em 2022, houve prejuízo de R$ 326,5 bilhões referente a operações cambiais, como swap (venda de dólares no mercado futuro) e variação das reservas internacionais. Isso ocorre porque o dólar caiu 5,32% no ano passado, o que provoca perdas na hora de converter as operações cambiais em reais.

O prejuízo só não foi maior porque o Banco Central teve lucro operacional (ganhos com o exercício da atividade) de R$ 28 bilhões no ano passado. Ao somar os resultados cambiais e operacionais, chega-se ao prejuízo de R$ 298,5 bilhões.

Por causa da legislação de 2019, que regulamenta a relação entre o Banco Central e o Tesouro, a destinação dos lucros da autoridade monetária mudou. Do prejuízo total, o Tesouro terá de cobrir somente R$ 36,6 bilhões com títulos públicos. Do restante, R$ 179,1 bilhões serão cobertos com uma reserva de lucros de anos anteriores e R$ 82,8 bilhões, por meio de redução de patrimônio do BC.

O último resultado negativo apurado pelo BC tinha sido referente ao segundo semestre de 2020, quando houve prejuízo de R$ 33,6 bilhões. Na ocasião, o Tesouro não precisou cobrir a perda porque o BC quitou o resultado negativo com as reservas de lucros anteriores. Em 2021, a Lei Complementar 179 <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp179.htm> alterou a apuração de resultado do BC de semestral para anual.

 

Fonte: CNN