O consumo nos lares de produtos vendidos em supermercados registrou aumento de 1,07% no primeiro mês do ano, em relação a janeiro de 2022. Na comparação com dezembro, no entanto, houve queda de 14,81%. É o que mostra o levantamento realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado nesta quinta-feira (23/2)
Vale ressaltar que o mês de janeiro, historicamente, apresenta consumos significativamente menores em relação a outros meses, em razão das festas de fim de ano. Por isso, a entidade afirma que o recuo deste mês foi menos significativo para o período, na comparação com anos anteriores.
Para 2023, a associação projeta um crescimento total de 2,5% no consumo dos lares brasileiros. Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, a projeção leva em consideração um possível aumento da inflação, além de dados referentes ao agronegócio, como a safra deste ano, que deve atingir um recorde de 296,2 milhões de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A gente tem um aumento real do salário mínimo, que é positivo, a gente tem outros auxílios que estão sendo negociados pelo governo, que são positivos, têm aumentos, também, sendo discutidos, tanto para o setor estatal quanto privado”, disse o vice-presidente hoje, em coletiva.
“O que eventualmente poderia trazer algum aspecto (negativo) mais adiante, que eu acredito que não vai afetar o crescimento de 2,5%, é talvez a extensão da greve da Ucrânia e talvez, em algum momento, uma oscilação da inflação, mas a gente não vê fatos negativo para que o consumo não atinja 2,5%”, completou.
O Indicador Abrasmercado, que calcula a variação do preço médio dos alimentos nos supermercados, apontou crescimento significativo no valor comercializado da batata (14,14%), do feijão (5,69%) e do tomate (3,89%). O arroz também subiu, e fechou o mês com aumento de 3,13%.
Outros produtos tiveram queda no preço praticado em supermercados no mês de janeiro, como foi o caso do corte dianteiro da carne bovina, que recuou 1,93%, além de outras quedas não tão expressivas, como no frango congelado (-1,29%), óleo de soja (-0,46%), leite em pó (-0,45%) e leite longa vida (-0,30%).
Diante disso, a cesta básica composta por 35 produtos de largo consumo — dentre eles alimentos, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza — apresentou estabilidade no último mês, com um leve aumento de 0,08%, vendida a preço médio de R$ 754,98. Já outra cesta, composta por 12 produtos básicos, como arroz e feijão, teve aumento de 0,25% no período, e passou de R$ 317,56 em dezembro para R$ 318,35 em janeiro.
Fonte: Correio