Economia

Após quebra de bancos nos EUA e crise no Credit Suisse, dólar vai a R$ 5,29





O dólar comercial encerrou a sessão de hoje em alta de 0,70%. A cotação ficou em R$ 5,294.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que reúne as empresas mais negociadas, encerrou o dia com queda de 0,25%, aos 102.675,45 pontos. O Ibovespa atingiu, durante o dia, o menor índice desde julho de 2022, conforme dados do TradeMap.

Temores sobre a situação do Credit Suisse, após o maior investidor da empresa dizer que não pode fornecer mais assistência financeira, e a falência do SVB (Silicon Valley Bank) e do Signature Bank, de Nova York, deixaram investidores cautelosos. As ações europeias tiveram seu pior dia em mais de um ano nesta quarta-feira (15).

Cenário externo:

  • Investidores estão com medo que aconteça um efeito cascata.
  • Os bancos norte-americanos SVB e Signature Bank tiveram sua falência decretada pelos órgãos financeiros do país.
  • "Os investidores estão operando com muita cautela e vendendo papéis em meio à crise no setor bancário dos EUA", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, embora tenha ponderado que acredita se tratar de "um movimento agudo e não crônico".
  • O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,92%, a 436,45 pontos, um dia depois de registrar seu melhor dia do ano. O índice do setor bancário recuou 7,1% e teve a maior perda diária em mais de um ano.
  • O Banco Nacional da Suíça (SNB) se dispôs a fornecer capital ao Credit Suisse, caso necessário.
  • Os papéis do Credit Suisse despencaram 24,2%.
  • O declínio das ações do Credit Suisse aprofundou preocupações com a saúde do setor bancário europeu.
  • Investidores agora veem cada vez mais possibilidade de uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Banco Central Europeu na quinta-feira, em vez do incremento de 0,50 ponto percentual, que projetavam antes.
  • O receio é de que essa crise se espalhe para outros bancos pelo mundo.

 

Ações europeias registram pior dia em um ano

Credit Suisse tem nova mínima recorde

As ações europeias tiveram seu pior dia em mais de um ano nesta quarta-feira, depois que papéis bancários retomaram sua liquidação devido às renovadas preocupações dos investidores sobre o estresse no setor, com o Credit Suisse atingindo nova mínima recorde.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,92%, a 436,45 pontos, um dia depois de registrar seu melhor dia do ano.

O índice do setor bancário recuou 7,1% e teve a maior perda diária em mais de um ano.

Os esforços de reguladores e executivos financeiros para amenizar os temores de contágio após o colapso repentino do Silicon Valley Bank, um credor com foco em tecnologia, não conseguiram acalmar o nervosismo dos investidores.

Os papeis do Credit Suisse despencaram 24,2% e foram abaixo de 2 francos suíços (2,18 dólares) depois que o maior acionista do banco disse que não poderia aumentar sua participação além de 10%, citando questões regulatórias.

Como o declínio das ações do Credit Suisse aprofundou preocupações com a saúde do setor bancário europeu, investidores agora veem cada vez mais possibilidade de uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Banco Central Europeu na quinta-feira, em vez do incremento de 0,50 ponto percentual, que projetavam antes.

Em Londrers, o índice Financial Times recuou 3,83%, a 7.344,45 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 3,27%, a 14.735,26 pontos.

Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 3,58%, a 6.885,71 pontos.

Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 4,61%, a 25.565,84 pontos.

Em Madrid, o índice Ibex-35 registrou baixa de 4,37%, a 8.759,10 pontos.

Em Lisboa, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,77%, a 5.812,87 pontos.

 

- Equipe econômica monitora possíveis impactos da crise no Credit Suisse

Ministro da Fazenda diz também que arcabouço fiscal está no Planalto

A equipe econômica está acompanhando os desdobramentos da crise no banco Credit Suisse, que afeta o mercado financeiro de todo o planeta, disse nesta quarta-feira (15) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em rápida conversa com jornalistas, Haddad informou que ele e a equipe estão em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para avaliar possíveis impactos sobre o Brasil.

Na terça-feira (14), a instituição financeira suíça revelou ter identificado “debilidades significativas” em seus procedimentos de contabilidade e de controle nos últimos dois anos, o que levou à queda das ações. As bolsas europeias tiveram o pior dia em um ano.

As turbulências no Credit Suisse ocorrem dias após dois bancos da Califórnia, ligados a startups do setor tecnológico falirem, o que tem gerado instabilidade no mercado financeiro desde o fim da semana passada.

Arcabouço fiscal

Haddad também informou que a minuta do projeto de lei do novo arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos já foi enviada à Casa Civil. “Já está no Planalto”, disse o ministro a jornalistas, ao retornar ao Ministério da Fazenda após acompanhar a posse do novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jhonatan de Jesus.

Nesta tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que ainda não viu o texto e informou que pretende tomar uma decisão antes da viagem oficial à China, prevista para o próximo dia 24. Na terça-feira (14), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que a minuta do projeto de lei complementar será analisada ainda nesta semana.

Concluída pelo Ministério da Fazenda há duas semanas, a proposta do novo arcabouço fiscal foi apresentada ao Ministério do Planejamento, que concluiu as análises na semana passada, antes de ir para o Palácio do Planalto.

 

Fonte: UOL - Agência Brasil