Economia

Governo revisa projeção de alta do PIB de 2,1% para 1,6%





Mudanças se dão por efeitos da política monetária sobre o crédito e liquidez reduzida na economia de outros países

O Ministério da Fazenda reduziu de 2,1% para 1,61% a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2023. Segundo a equipe econômica, a mudança se deu por estes motivos:

  • os indicadores econômicos divulgados desde a última grade, que seguiram mostrando arrefecimento na margem;
  • os efeitos defasados mais intensos da política monetária sobre a atividade e mercado de crédito do que o anteriormente projetado; e
  • as perspectivas de liquidez reduzida nos EUA e em outras economias.

Os dados foram divulgados nesta 6ª feira (17.mar.2023) no Boletim MacroFiscal, elaborado pela SPE (Secretaria de Política Econômica) da Fazenda. Eis as íntegras do boletim (913 KB) e da apresentação (2MB).

Esta é a 1ª divulgação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de revisada para baixo, a projeção do governo está acima da mediana do mercado, hoje em 0,89%, segundo o boletim Focus.

“É fato que nós estamos mais otimistas com o país em relação à mediana do mercado. Vários motivos podem ser arguidos, mas eu gostaria de lembrar que, quando falamos da mediana, não estamos falamos de todos os atores. Existem instituições que possuem perspectivas de crescimento maiores, muito acima da mediana”, disse o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.

Também houve revisão sobre o crescimento econômico brasileiro de 2,5% para 2,34% em 2024 e de 2,5% para 2,76% em 2025. O PIB é a soma de tudo o que o país produziu em um determinado período.

Em 2022, a economia brasileira movimentou R$ 9,9 trilhões, o que representou um crescimento de 2,9%.

INFLAÇÃO

O governo elevou a estimativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de 4,6% para 5,31% em 2023. O índice é responsável por medir a inflação.

“A revisão foi motivada pelo aumento na projeção de preços monitorados, apenas parcialmente contrabalanceada pela desaceleração esperada na inflação de alimentação no domicílio e de bens industriais”, justifica o documento.

Para 2024, a estimativa passou de 3% para 3,52% em relação boletim anterior. A equipe econômica espera que o IPCA fique em 3% a partir de 2025.

Já a projeção para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação das famílias brasileiras com renda de até 5 salários, saiu de 4,90% para 5,16% em 2023.

Guilherme Mello também falou sobre a atual taxa básica de juros, Selic, de 13,75%. O secretário enfatizou que o Brasil tem a “maior taxa de juros real” do mundo”, mas se absteve de analisar as políticas adotadas pelo BC (Banco Central).

“Sobre a questão da inflação, toda a nossa análise não foi sobre o mérito da política monetária. Em nenhum momento falamos se a política monetária está certa ou errada. Não nos cabe julgar a política monetária como Secretaria de Política Econômica. Cada um tem a sua opinião do que deveria ser feito. Mas o que nós trouxemos aqui são fatos. São dados”, acrescentou.

Além dele, a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, e a subsecretária de Política Fiscal, Débora Freire, participaram da entrevista a jornalistas.

ENTENDA O PIB

Esse é um dos indicadores mais importantes do desempenho de uma economia. O resultado oficial é calculado de duas formas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): pela ótica da oferta, que considera tudo o que foi produzido no país, e pela ótica da demanda, que considera tudo o que foi consumido.

Pelo lado da oferta, são considerados:

  • a indústria;
  • os serviços;
  • a agropecuária.

Já pelo lado da demanda, são considerados:

  • o consumo das famílias;
  • o consumo do governo;
  • os investimentos;
  • as exportações menos as importações.

O resultado é apresentado trimestralmente pelo IBGE, que tem até 90 dias após o fechamento de um período para fazer a divulgação. Os dados consolidados, entretanto, ficam prontos só depois de 2 anos.

 

Fonte: Poder360