O Ibovespa fechou em alta de 1,89% nesta quinta-feira (30), aos 103.713,45 pontos. Na máxima, chegou a 104.085,4 pontos. Apesar do avanço de 5,8% nessa série de altas, ainda caminha para um desempenho negativo em março, de 1,2% até o momento.
A bolsa engatou o quinto pregão seguido no azul, após a divulgação do novo arcabouço fiscal do país pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar do desconforto no mercado com alguns detalhes da proposta, que ainda passará pelo Congresso Nacional.
Já o dólar recuou 0,73%, cotado a R$ 5,0978 na venda, com investidores reagindo positivamente à divulgação do novo arcabouço fiscal e em meio à leitura de que o país segue atrativo ao capital externo, considerando o atual nível dos juros.
A expectativa pelo novo arcabouço, que começou a ser divulgado no fim da manhã, trouxe volatilidade para os negócios, com o dólar registrando ganhos em alguns momentos. Mas à medida que os detalhes da proposta foram saindo, o mercado avaliou positivamente as novas regras, o que abriu espaço para mais um dia de queda da moeda norte-americana.
O Ministério da Fazenda divulgou detalhes da nova regra fiscal do governo nesta quinta. Como adiantou a CNN, a proposta tem como base o controle do gasto e do superávit primário.
A nova regra fiscal prevê que os gastos do governo não podem ter crescimento acima de 70% do crescimento da receita. Com isso, o avanço das despesas depende diretamente do aumento da arrecadação.
Em sua apresentação, a pasta aponta que a variação tolerável para essas metas é de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos.
Se a meta de superávit primário não for atingida e o resultado ficar fora da variação tolerável, haverá obrigação de redução do crescimento de despesas para 50% do crescimento da receita no ano seguinte.
O governo ainda indica que caso resultado primário venha acima da variação, o excedente pode ser utilizado para investimentos.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,58%, a R$ 5,135. O Ibovespa, por sua vez, subiu 0,06%, aos 101.792,52 pontos.
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- Governo tem o pior deficit para fevereiro em 26 anos
O Tesouro Nacional divulgou nesta 5ª feira (30.mar.2023) que o governo teve deficit primário de R$ 40,989 bilhões em fevereiro. Esse foi o maior rombo registrado para o mês em 26 anos, desde o início da série histórica, em 1997. Eis as íntegras do relatório (304 KB) e da apresentação (941 KB).
O resultado primário são as receitas menos as despesas do governo, excluindo o pagamento dos juros da dívida pública.
A última vez que houve superavit nas contas públicas em fevereiro foi em 2012. O rombo de fevereiro registrou um crescimento real –corrigido pela inflação– de 90,6%.
O Tesouro Nacional registrou deficit de R$ 20,03 bilhões. A Previdência Social, de R$ 21,05 bilhões. Já o Banco Central teve superavit de R$ 83 milhões.
No acumulado 12 meses, o Tesouro teve superavit de R$ 35,89 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. Há 1 ano, registrava deficit de R$ 6,61 bilhões.
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que o mês é “sazonalmente deficitário”. Também disse que os primeiros meses do ano são mais desafiadores, porque as medidas fiscais, como a volta da tributação de combustíveis, ainda não estão em vigor. Ceron declarou o superavit de R$ 38,43 bilhões no acumulado do ano é um dado positivo.
Em janeiro e fevereiro, a Previdência Social ficou com saldo negativo de R$ 37,7 bilhões nas contas. No mesmo período, o Tesouro e o BC tiveram superavit de R$ 76,1 bilhões.
Fonte: CNN - Poder360