O dólar comercial encerrou a sessão desta quarta-feira (12) em queda de 1,32%. A cotação ficou em R$ 4,942. É a primeira vez que fica abaixo de R$ 5 desde junho de 2022.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou com alta de 0,64%, aos 106.889,71 pontos.
Inflação nos EUA vem abaixo do esperado. O índice de preços ao consumidor norte-americano subiu 0,1% no mês passado, desacelerando após avançar 0,4% em fevereiro, segundo dados divulgados hoje, elevando esperanças de que o Federal Reserve não será muito agressivo em seus próximos passos de política monetária."O índice de preços dos EUA veio benigno, a inflação está cedendo e o Federal Reserve deve fazer apenas mais um aumento de juros. Aqui no Brasil, o dólar estava exagerado em função das dúvidas em relação ao governo. Agora estamos vendo a moeda norte-americana abaixo de 5 reais", pontuou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
É vantajoso para estrangeiros investirem no Brasil. "Como o juro americano está parando na faixa de 5% ao ano, e o Brasil tem taxa de 13,75% ao ano, o juro real ficará muito elevado ainda. Por enquanto, ainda teremos um diferencial de câmbio bastante elevado", acrescentou Faria Júnior.
Este diferencial de juros tem favorecido a entrada de recursos no Brasil. Isso que contribui para a queda do dólar. Com a expectativa positiva em relação ao arcabouço, investidores também têm retirado nas últimas semanas prêmios de risco dos preços, o que se traduz na queda do dólar.
Com a inflação abaixo do esperado, o Fed, banco central americano, pode ser menos rígido nas próximas decisões de juros. É o que diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest. Isso levou a uma queda dos juros futuros americanos, que é a previsão do mercado de como os juros devem se comportar.
Mas ainda há preocupação com a inflação. A ata do Fed, divulgada pela tarde, levantou dúvidas no mercado se de fato há espaço para a queda dos juros.
Ontem, a moeda já havia fechado no menor valor desde 10 junho de 2022. O valor foi afetado por dados da inflação de março que vieram abaixo do esperado, além da alta de commodities como o petróleo e o minério de ferro no exterior.
Inflação brasileira desacelera e arcabouço fiscal anima. Com a inflação de março menor do que os investidores esperavam, houve busca de ativos de maior risco, como as ações de empresas brasileiras, o que favoreceu o real. O mercado também avalia que o novo arcabouço fiscal, apresentado recentemente pelo governo, também reduz as chances de descontrole da dívida pública.
Nas últimas semanas, avaliações positivas sobre o novo arcabouço fiscal já vinham retirando força do dólar ante o real. Investidores veem risco menor de descontrole da dívida pública no Brasil.
Fonte: UOL com Reuters