Economia

Ibovespa fecha em queda; dólar sobe a R$ 4,94





No radar, seguiram as expectativas sobre os novos passos da política monetária do Federal Reserve, além de indicadores brasileiros que podem oferecer mais detalhes sobre a atual conjuntura econômica por aqui

O Ibovespa fechou em queda de 0,25% nesta segunda-feira (17), aos 106.015,67 pontos. O mercado tinha expectativa de que hoje seria entregue ao Congresso o projeto do novo marco fiscal, mas foi adiada para terça-feira (18).

Os principais pesos negativos foram Eletrobras (-3,75% ON e -3,3% PNB). A 3R Petroleum também foi destaque negativo, caindo 15,7% após anunciar um inesperado aumento de capital.

No radar, seguiram as expectativas sobre os novos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), além de indicadores brasileiros que podem oferecer mais detalhes sobre a atual conjuntura econômica por aqui.

Já o dólar terminou com alta de 0,44%, cotado a R$ 4,938 na venda, após quatro sessões seguidas de baixa na semana passada. A negociação da moeda no Brasil esteve em sintonia com o exterior, onde a divisa norte-americana também ganhava terreno, e com os investidores aqui à espera do envio do novo marco fiscal ao Congresso.

No exterior, em função de dados econômicos positivos recentes, cresceram as apostas de que o Federal Reserve elevará os juros em sua próxima reunião de política monetária.

Durante a tarde, o percentual das chances de aumento de 0,25 ponto percentual, implícitas nos contratos futuros de juros nos EUA, já eram de 88%, o que deu força ao dólar ante diversas moedas de países exportadores de commodities.

“A atenção agora se volta aos detalhes de implementação do arcabouço, já que o debate no Congresso sobre o aumento de impostos e as letras miúdas do texto ainda serão revelados, o que pode trazer volatilidade caso haja forte resistência” à proposta do governo, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, à Reuters.

O projeto prevê que os gastos do governo não podem ter crescimento acima de 70% do crescimento da receita. Com isso, o avanço das despesas depende diretamente do aumento da arrecadação.

A nova regra ainda estabelece metas de superávit primário. A ideia é de que o governo tenha déficit primário zero em 2024, superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 1% em 2026.

Há grande expectativa sobre os detalhes finais da regra, cuja apresentação inicial rendeu elogios a Haddad por parte de investidores. Apesar de ainda não estar claro de onde o governo irá tirar os cerca de R$ 100 bilhões necessários para fechar as contas, o alto escalão do governo conta com tramitação facilitada do texto no Congresso.

Nesta segunda, Tebet e o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, apresentaram detalhes do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias encaminhado ao Congresso na última sexta.

O governo propôs uma meta fiscal de déficit zero para as contas do governo central em 2024 em projeto encaminhado ao Congresso, mas condicionou a liberação de R$ 172 bilhões em despesas no ano que vem à aprovação do novo arcabouço fiscal.

Há também a divulgação do IBC-Br de janeiro. O índice de atividade econômica do Banco Central, considerado uma prévia do PIB, teve queda de 0,04% no primeiro mês do ano. Comparado ao mesmo período do ano passado, o indicador teve alta de 3,02%, enquanto, no acumulado de 12 meses, registrou aumento de 3%.

A expectativa, segundo pesquisa de mercado da Reuters, era de queda mensal de 0,15%.

No exterior, investidores seguem com um olho no peixe e outro no gato. Enquanto balanços trimestrais de empresas — em especial grandes bancos, em vista da turbulência registrada no mês de março — aos poucos pingam no radar, os próximos passos da política monetária do Fed permanecem fortemente vigiados, após dados de inflação divulgados na última semana indicarem que já há uma desaceleração de preços em curso.

Na noite desta segunda, ainda é esperada a divulgação do PIB da China. A previsão, de acordo com a Reuters, é de alta de 4% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Na última sessão, na sexta-feira, o dólar fechou em baixa de 0,23%, a R$ 4,916 na venda. O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,17%, aos 106.279,37 pontos.

O Banco Central fez neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1.° de junho de 2023.

Fonte: CNN - Reuters.