Economia

Bolsa fecha em alta de 0,52% com marco fiscal no radar; dólar cai a R$ 4,88, menor patamar em quase um ano





No cenário global, investidores seguem à espera de resolução do teto da dívida nos Estados Unidos

O Ibovespa começou a semana no campo positivo ao fechar na alta pela oitava sessão seguida nesta segunda-feira (15), com investidores à espera de novos avanços na apresentação do marco fiscal na Câmara dos Deputados.

No cenário internacional, as atenções estão nas discussões entre a Casa Branca e congressistas para resolver o imbróglio do teto de dívidas norte-americano e evitar um calote nas contas públicas da maior economia do mundo.

Diante destes cenários, o principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia com alta de 0,52%, aos 109.902 pontos.

O dólar seguiu o caminho oposto e fechou com queda de 0,67%, negociado a R$ 4,889 na venda. O resultado faz a moeda norte-americana renovar a mínima de 2023 e regredir ao menor patamar desde 7 de junho do ano passado, quando encerrou em R$ 4,874.

Após diversos adiamentos, o relator do marco fiscal na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), deve apresentar ainda hoje o seu parecer ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) e outros líderes partidários.

Dessa apresentação, segundo apuração da repórter da CNN, Tainá Falcão, a expectativa é que seja definido o cronograma da votação de tramitação do projeto.

No cenário corporativo, Petrobras, que divulgou na última semana ter tido lucro líquido de R$ 38,15 bilhões no primeiro trimestre, confirmou que vai discutir a política de preços dos combustíveis nesta semana.

Em nota, a estatal afirma que estuda internamente mudanças na política de preço para diesel e gasolina, que podem resultar em uma nova estratégia comercial.

As alterações, segundo a empresa, serão baseadas em estudos técnicos, de acordo com as práticas de governança.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a empresa poderia fazer um anúncio no início da semana, além de publicar um novo reajuste de preços. De acordo com ele, seria mantida a paridade internacional de importação e a precificação usaria o critério de estabilidade versus volatilidade.

Seguindo a agenda agitada da semana, nesta terça (16) são esperados os dados do setor de serviços e, na quarta (17), os do varejo — ambos divulgados às 9h da manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para fechar a semana, o Banco Central divulga o IBC-Br, indicador considerado uma “prévia do PIB”, na sexta-feira (19).

Falando nele, o BC divulgou há pouco o Boletim Focus desta segunda-feira. Para este ano, o mercado elevou a projeção da inflação para 6,03%, ante 6,05%, e diminuiu para 2024, a 4,15%, ante 4,16% da semana passada. Já para os anos de 2025 e 2026, as estimativas foram mantidas em 4%.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa para 2023 subiu de 1% para 1,02%. Para 2024, no entanto, as expectativas para a expansão do PIB foram reduzidas de 1,4% para 1,38%. A projeção caiu de 1,8% para 1,7% para 2025 e foi mantida em 1,8% para 2026.

Em relação à taxa Selic, o mercado manteve a projeção de que o ano encerre a 12,5%.

Cenário externo

Já no exterior, a maior preocupação, hoje, recai sobre o teto da dívida dos Estados Unidos.

O mercado está esperançoso com a possibilidade de negociação, já que o presidente Joe Biden afirmou, no final de semana, que as conversas com o Congresso “estão avançando” e o progresso deve ser conhecido já no começo desta semana.

Na terça, Biden deve se reunir com Kevin McCarthy, presidente da Câmara, para seguir discutindo as maneiras de limitar os gastos federais e evitar um calote — que seria algo inédito na história do país. Vale lembrar que o Departamento do Tesouro norte-americano disse que pode ficar sem recursos já no dia 1.º de junho, a não ser que legisladores elevem o teto da dívida.

No último pregão, na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,29%, negociado a R$ 4,922 na venda. O Ibovespa, por sua vez, subiu 0,19%, aos 108.463 pontos, em uma sequência de dias positivos que culminou em alta acumulada de 3,15% na semana.

 

- Banco Central da Argentina sobe taxa de juros para 97% ao ano

Aumento faz parte do pacote de medidas proposto pelo ministro da Economia para controlar a inflação no país, que está em 108,8%

BCRA (Banco Central da República Argentina) elevou nesta 2ª feira (15.mai.2023) a taxa de juros do país de 91% para 97% ao ano. O aumento de 6 pontos percentuais faz parte do pacote de medidas proposto pelo ministro da Economia, Sérgio Massa, para conter a inflação de 108,8% no acumulado de 12 meses.

No sábado (13.mai), Massa reuniu-se com sua equipe durante 7 horas para discutir um pacote de 9 medidas para tentar estabilizar economia do país. A 1ª delas era a alta nos juros. 

Entre as outras medidas, o governo anunciou também que reduzirá em 9 pontos percentuais o custo do financiamento em 12 parcelas. Os juros de compras realizadas por meio de cartões de créditos também devem ser reduzidos em 2 pontos percentuais.

ALÍQUOTA ZERO PARA ALIMENTOS 

O governo também irá zerar tarifas para importação de alimentos de alguns comerciantes que vendem diretamente à população. Com a medida, o Mercado Central de Buenos Aires, na capital da Argentina, fará o papel de importador direto de alimentos.

A ideia é que haja uma redução no preço de produtos in natura e evite que os comerciantes realizem aumentos abusivos.

ACESSO A DÓLARES 

Outra medida tomada para conter a crise de confiança na economia é o financiamento em moeda de outros países. O objetivo do governo é evitar a corrosão das reservas internacionais. 

As reservas da Argentina estão em US$ 34 bilhões. Em comparação, as reservas do do Brasil estão em US$ 346 bilhões. Diferentemente de outros países, falta transparência sobre a liquidez dos ativos das reservas argentinas. Parte do que os argentinos têm são ativos com baixa liquidez. Não podem ser transformados rapidamente em dinheiro. 

Massa viajará a Pequim em 29 de maio. Buscará conseguir com o governo chinês maior acesso a financiamento que permita elevar as reservas do país ou postergar o pagamento de importações. O governo argentino também busca adiantar a liberação de empréstimo de US$ 4 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional).

PROVÁVEL CANDIDATO

Massa presidiu a Câmara dos Deputados de 2019 a 2022. Em julho de 2022 foi escolhido por Fernández ministro da Economia. Sua missão é controlar a inflação sem causar desemprego e queda do crescimento econômico.

Ele deverá ser o candidato da coalizão governista na eleição presidencial de outubro de 2023. Fernández não concorrerá. Especialistas avaliam que será difícil para o atual ministro da Economia vencer a eleição por causa da dificuldade de controlar os preços.

Fonte: CNN - Reuters - Poder360