O Ibovespa encerrou a semana estável nesta sexta-feira (26) após o clima de recuperação observado na véspera, impulsionado por boas notícias no cenário doméstico e nos mercados globais.
Olhando para a cena local, o movimento foi embalado pela percepção de que a melhora da inflação mostrada pelo IPCA-15 e o andamento do novo marco fiscal no Congresso Nacional podem criar as condições para o Banco Central (BC) começar a reduzir mais cedo a taxa Selic.
Já no cenário externo, os principais mercados globais subiram com o arrefecimento do temor de calote nos Estados Unidos com indicações de que republicados e democratas estão chegando próximo a um acordo para o teto da dívida.
Diante destes cenários, o principal indicador da bolsa brasileira fechou a sessão com alta de 0,77%, aos 110.905 pontos. O resultado faz o Ibovespa ter leve alta de 0,15% na semana e caminhar para fechar o mês de maio com alta acima de 6%.
O movimento espelha o tom otimista dos mercados globais. Em Wall Street, o Dow Jones valorizou 1%, enquanto S&P 500 ganhou 1,29% e Nasdaq subiu 2,20%. O mesmo ritmo foi visto na Europa, com as principais praças do Velho Continente fechando no azul.
O otimismo internacional fez o dólar perder força o ante o real e voltar ao patamar abaixo de R$ 5. A moeda norte-americana encerrou o dia com queda de 0,99%, a R$ 4,985. Na semana, o dólar acumula queda de 0,20%, enquanto na prévia do mês o resultado se mantém estável.
A percepção da antecipação do corte de juros deu fôlego para as empresas voltadas à economia doméstica, como serviços e varejo, que tendem a se beneficiar mais como o acesso mais fácil ao crédito pela população.
As ações da CVC (CVCB3) destoaram com alta de 11,19% na sessão. Logo atrás, os papéis da Gol (GOLL4) subiram 6,53%, enquanto a Dexo (DXCO3) valorizou 5,67%.
A alta também foi reforçada pelo avanço das gigantes do Ibovespa. A Vale (VALE3), papel com maior peso na bolsa, subiu 2,31% na esteira da recuperação do minério de ferro. Já os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) ganharam 1,17%, enquanto os ordinários (PETR3) subiram 1,66%.
O bom humor também favoreceu a queda dos juros futuros, apesar de menos intensa do observado na véspera.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,17%, ante 13,18% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,43%, ante 11,47% do ajuste anterior.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,89%, ante 10,93% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,94%, ante 10,99%.
Na quinta-feira, os títulos pré-fixados do Tesouro (LTN) com vencimentos mais distantes apresentam sequência de queda e bateram suas mínimas em 2023.
O acordo para aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos se mantém no centro do debate internacional. Após uma série de reuniões sem resultados efetivos, democratas e republicados parecem estar encontrando um termo comum para a problemática.
Há semanas, o Tesouro dos EUA vem alertando para um iminente calote a partir do dia 1º de janeiro caso o teto não seja elevado, aumentando a tensão em todo o mundo.
“Todos os sinais apontam para um acordo sendo feito e este rali sendo sustentado, mas se passarmos o fim de semana e não tivermos um acordo ou ele desmoronar de alguma forma, então vamos acordar na terça de manhã para algumas perdas bastante materiais”, disse Scott Ladner, diretor de investimentos da Horizon Investments em Charlotte, Carolina do Norte.
Fonte: CNN - Reuters.