O Ministério da Educação (MEC), junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apresentou na manhã desta quarta-feira (31/5) os resultados da pesquisa Alfabetiza Brasil: diretrizes para uma política nacional de avaliação da alfabetização de crianças. A iniciativa pretende definir os padrões de avaliação para crianças alfabetizadas no país.
A partir do resultado, foi definida a nota de 743 no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) para definir um aluno alfabetizado ao fim do segundo ano do ensino fundamental. Dessa forma, com base no Saeb 2021, 56,4% dos estudantes dessa série não estavam alfabetizados.
Na primeira fase, o levantamento ouviu, durante o mês de abril, 251 professores de crianças em idade de alfabetização. Em um segundo momento, em maio, especialistas discutiram os resultados coletados.
O índice servirá de base para sustentar e avaliar a política de alfabetização na idade certa, uma das prioridades do MEC, que deve ser lançada ainda em junho, com investimento inicial de R$ 800 milhões, como o Metrópoles antecipou.
A partir da consulta com os profissionais da educação, foi definido que os alunos alfabetizados conseguem ler pequenos textos formados por períodos curtos e localizam informações na superfície textual, produzindo inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal. Ainda existem desvios ortográficos e a criança consegue interpretar textos que circulam na vida cotidiana para fins de uma comunicação simples.
Entre o Saeb de 2019 e 2021, o número de crianças não alfabetizadas no fim do segundo ano do ensino fundamental aumentou de 39,7% para 56,4%. “Para nós, essa pesquisa é fundamental e vai garantir esse norte neste programa que será lançado pelo presidente da República”, definiu o ministro da Educação Camilo Santana.
“Isso é algo que precisa ser revertido. Isso gera evasão, isso gera reprovação, isso gera abandono da escola. Nós temos um Brasil que hoje perde milhões de crianças e jovens ao longo do ensino básico, nós precisamos fechar a torneira disso, nós queremos garantir que não vamos perder nenhuma criança, nenhum jovem na educação básica brasileira. Para isso, é preciso ter uma escola atrativa, uma escola criativa, uma escola acolhedora, é preciso ter política de apoio”, ressaltou Santana.
Fonte: Metropoles