Economia

Ibovespa fecha semana com alta de 1,49%; dólar recua 1,12%, a R$ 4,82





Investidores analisam dados da política monetária dos Estados Unidos enquanto aguardam por decisão do Copom nesta quarta-feira (21)

O Ibovespa voltou a fechar em queda nesta sexta-feira (16), mas garantiu a oitava semana seguida de valorização diante do aumento da propensão ao risco dos investidores e sinalização da antecipação do corte dos juros pelo Banco Central (BC).

O desempenho do mercado doméstico acompanha Wall Street, que também fechou no vermelho com investidores ainda analisando os dados da inflação e dos juros nos Estados Unidos.

Nem mesmo a alta de commodities e a valorização das principais empresas do Ibovespa foi o suficiente para furar o clima negativo importado das praças globais.

Diante destas pressões, o principal índice da bolsa brasileira encerrou com queda de 0,39%, aos 118.758 pontos. No acumulado da semana, o indicador soma valorização de 1,49%.

O clima global também deu força ao dólar ante o real, que fechou a sessão com alta de 0,39%, negociado a R$ 4,821. Apesar da reação, na semana, o câmbio teve baixa de 1,12%.

As ações com maior peso no Ibovespa fecharam no azul, repercutindo o fluxo positivo para o mercado de commodities.

A Vale (VALE3) ganhou 0,16%, repercutindo a leve alta de 0,12% da tonelada do minério de ferro negociada no porto de Dalian, a US$ 114,48.

Os papéis da Petrobras também subiram. A ação preferencial (PETR4) ganhou 0,85%, enquanto a ordinária subiu 0,60%.

O barril do petróleo tipo Brent encerrou o dia com alta de 1,24%, negociado a US$ 76,61.

Juros e melhora de projeções no radar

A decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na semana está no radar. 

Há ampla expectativa de manutenção da Selic nos atuais 13,75%, mas com grandes chances de a autoridade monetária abrir a porta para o início de um ciclo de afrouxamento já no terceiro trimestre, uma vez que a inflação tem mostrado sinais convincentes de arrefecimento.

A recente queda da inflação levou agentes do mercado a revisarem para baixo a queda do IPCA, reforçando a expectativa de antecipação de corte de juros pelo BC.

A semana também foi marcada pela decisão da agência de classificação de risco S&P em elevar a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”, e reafirmou o rating “BB-“. 

De acordo com a agência, sinais de maior certeza sobre políticas fiscal e monetária estáveis podem beneficiar as perspectivas de crescimento econômico do país.

Fed pausa alta

Na quarta-feira (14), Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) anunciou a manutenção dos juros na faixa de 5% a 5,25% ao ano, mas sinalizou em novas projeções econômicas que os custos dos empréstimos podem aumentar mais 0,50 ponto percentual até o final do ano.

“Por um lado, caso o Fed volte a subir juros este ano, teremos uma pressão no câmbio”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. 

“Caso isso não ocorra, entendo que, diante do atual cenário fiscal local (que inclusive melhorou nosso rating após quatro anos de estagnação), temos espaço para esse dólar voltar para patamares próximos do pré-pandemia.”

Fonte: CNN - Reuters.