Esporte

GP do Canadá: Verstappen vence pela 41ª vez e iguala Ayrton Senna





Holandês da RBR conquista sexta vitória em oito corridas na temporada 2023 da Fórmula 1 e caminha a passos largos para o tricampeonato

Aos 25 anos, Max Verstappen conquistou sua 41ª vitória na carreira e igualou Ayrton Senna. O holandês voador, atual bicampeão da Fórmula 1, venceu o GP do Canadá do início ao fim e estabeleceu novas marcas incríveis. Foi sua sexta vitória em oito corridas na temporada 2023 - as outras duas foram vencidas pelo seu companheiro de equipe, Sergio Pérez -, na qual ele subiu ao pódio em todas as provas. Dessa vez, por sinal, o pódio foi formado apenas por grandes campeões, com o bicampeão Fernando Alonso em segundo e o hepta Lewis Hamilton em terceiro. 

Depois de treinos livres e classificatórios marcados - e atrapalhados - pela chuva que castigou Montreal nos últimos dias, o GP do Canadá de Fórmula 1 aconteceu debaixo se sol. Na pista seca, a única chuva foi a de talento e tranquilidade de Max Verstappen, cada vez mais soberano na liderança de uma temporada na qual ele não parece ter adversários. 

E, dessa vez, Verstappen ainda conquistou uma marca importante para a sua escuderia: foi a centésima vitória da RBR na F1 ao longo de 18 anos de participação na categoria, em 355 GPs disputados - marca conquistada com resultados de Sebastian Vettel, Mark Webber, Daniel Ricciardo, Sergio Pérez e, enfim, Max Verstappen. Foi ainda a segunda conquista seguida do holandês no Circuito Gilles Villeneuve. 

A F1 retorna daqui a duas semanas, em 2 de julho, com o GP da Áustria, nona etapa de 23 nesta temporada.

Classificação no Campeonato

Com a vitória, Verstappen ampliou enormemente a vantagem na liderança. Com 195 pontos, o holandês está 69 a frente do segundo colocado, seu companheiro de equipe Sergio Pérez, que tem 126 pontos. A RBR, por sinal, nada de braçadas no mundial de construtores, somando 321 pontos. Muito atrás, a Mercedes segue vice-líder com 167, seguida pela Aston Martin, com 154. 

Vale destacar que o sétimo lugar de Albon o levou à 12ª colocação no campeonato, com sete pontos, e tirou a Williams da lanterna da F1. A escuderia, agora com sete pontos, passou a Alpha Tauri, que só tem 2. Veja mais detalhes na tabela de classificação completa do campeonato aqui. 

  1. Max Verstappen (HOL) - 195 pontos - RBR/Honda
  2. Sergio Pérez (MEX) - 126 pontos - RBR/Honda
  3. Fernando Alonso (ESP) - 117 pontos - Aston Martin/Mercedes
  4. Lewis Hamilton (GBR) - 102 pontos - Mercedes
  5. Carlos Sainz (ESP) - 68 pontos - Mercedes
  6. George Russell (GBR) - 65 pontos - Ferrari
  7. Charles Leclerc (MON) - 54 pontos - Ferrari
  8. Lance Stroll (CAN) - 37 pontos - Aston Martin/Mercedes
  9. Esteban Ocon (FRA) - 29 pontos - Alpine/Renault
  10. Pierre Gasly (FRA) - 15 pontos - Alpine/Renault
  11. Lando Norris (GBR) - 12 pontos - McLaren/Mercedes
  12. Alexander Albon (TAI) -7 pontos - Williams/Mercedes
  13. Nico Hullkenberg (ALE) - 6 pontos - Haas/Ferrari
  14. Oscar Piastri (AUS) - 5 pontos - McLaren/Mercedes
  15. Valtteri Bottas (FIN) - 5 pontos - Alfa Romeo/Ferrari
  16. Guanyu Zhou (CHI) - 4 pontos - Alfa Romeo/Ferrari
  17. Yuki Tsunoda (JAP) - 2 pontos - AlphaTauri/Honda
  18. Kevin Magnussen (DIN) - 2 pontos - Haas/Ferrari
  19. Nyck de Vries (HOL) - 0 ponto - AlphaTauri/Honda
  20. Logan Sargeant (EUA) - 0 ponto - Williams/Mercedes 

A liderança de Max Verstappen não foi ameaçada na largada, com o piloto holandês mantendo a frente com facilidade e deixando o foco na briga pela segunda posição. Hamilton, numa manobra arrojada, colocou o carro por dentro e tomou a vice-liderança de Fernando Alonso, que ainda foi pressionado por Russell, mas conseguiu segurar o terceiro lugar. Já Verstappen disparou na liderança sem pressão alguma. 

Pérez e Sainz quase se tocaram em disputa pelo 11º lugar do espanhol, que ficou com ele, no fim das contas. Pérez, 12º, chegou a perder uma posição, mas se beneficiou com um deslize de Magnussen pela pista. 

Vitória construída com tranquilidade 

Os três primeiros colocados não mudaram até a 23ª volta, quando a Aston Martin de Alonso mostrou mais potência que a Mercedes de Hamilton. O espanhol recuperou sua posição inicial, jogando o britânico de volta ao terceiro lugar. Enquanto isso, Verstappen abria, colocando cinco segundos de frente em relação a Alonso pouco depois. 

A corrida foi tão tranquila para o holandês que a gente até esquecia que ele estava na pista. No fim, Verstappen chegou quase 10 segundos na frente de Alonso. 

Os outros dois pilotos que subiram ao pódio com Verstappen também não têm mais nada a provar. Firme e forte na terceira colocação do campeonato de pilotos, o bicampeão mundial Fernando Alonso conseguiu recuperar o segundo lugar após ser ultrapassado por Hamilton e tirou tudo que pôde de seu AMR23 para defender a posição, apesar da queda de rendimento do carro nas últimas provas. Neste fim de semana, a Aston Martin trouxe um pacote de atualizações para o carro, incluindo mudanças no chassi, assoalho, sidepods e asa dianteira. Funcionou. 

Já o heptacampeão mundial Hamilton conquistou seu terceiro pódio desta temporada ao cruzar a linha de chegada em terceiro. É o 194º pódio de sua carreira no ano em que completa uma década de parceria com a Mercedes. 

No pódio, os três somavam 11 campeonatos: 

  1. Max Verstappen - 2021 e 2022.
  2. Fernando Alonso - 2005 e 2006.
  3. Lewis Hamilton - 2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020.

A RBR convidou o mago Adrian Newey, histórico projetista da categoria, para representá-la como construtora vencedora no 100º pódio de vitória do time. Com mais de quatro décadas de história na F1, Adrian Newey subiu ao pódio junto a Max, Alonso e Hamilton. O projetista começou na categoria quando ainda vigorava o efeito solo nos carros, passou pela brasileira Copersucar como "estagiário" e juntou-se à RBR em 2005, ano de estreia da equipe. Foi de sua mente que nasceram os carros tetracampeões com Sebastian Vettel, além dos modelos que venceram o Mundial de pilotos em 2021 e 2022 com Verstappen - este último, levando ainda o pentacampeonato de equipes.  

Percalços no pit lane e na pista

A briga de Hamilton e Alonso pela segunda colocação chegou até ao pit lane. Os dois pilotos foram juntos aos boxes, mas a Mercedes liberou o heptacampeão "em cima" do rival da Aston Martin após a troca de pneus e a dupla quase colidiu dentro do pit lane. Alguns minutos antes, Norris havia se envolvido em um episódio semelhante com Albon. 

Na pista, George Russell perdeu a direção após passar por zima da zebra na curva 8 e acertou lateralmente o muro na saída da curva 9. Perdeu metade da asa dianteira, foi para os boxes, trocou o pneu e o bico do carro e voltou para a prova, mesmo em último lugar, para tentar uma corrida de recuperação. Mas não resistiu e parou na volta 41. 

Outro que não terminou a prova foi Sargeant, que saiu após apenas seis voltas após sua Williams dar pane total. 

O tailandês Alexander Albon foi escolhido pelo público como o piloto do dia. O titular da Williams chegou em sétimo lugar após largar da nona colocação em uma prova consistente. É seu melhor resultado de 2023, e o segundo melhor pela equipe britânica desde que faturou a sexta colocação com o time no GP da Bélgica de 2022.

 

Fonte: ge