Economia

Ibovespa fecha acima dos 120 mil pontos e renova máxima em mais de um ano à espera dos juros; dólar cai a R$ 4,76





Mercado já precifica a manutenção da Selic em 13,75% ao ano, mas com a sinalização do BC em antecipar o início do ciclo de cortes para o encontro agendado para o início de agosto

O Ibovespa voltou a fechar acima dos 120 mil pontos e o dólar renovou a mínima em mais de um ano nesta quarta-feira (21), com investidores à espera da decisão dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

O mercado já precifica a manutenção da Selic em 13,75% ao ano, mas com a sinalização da autoridade monetária em antecipar o início do ciclo de cortes para o encontro agendado para o início de agosto.

No cenário internacional, o clima foi o posto, com baixas em Wall Street e nas principais praças da Europa após o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, reforçar que os juros norte-americanos devem voltar a subir neste ano.

O principal indicador da bolsa brasileira encerrou o dia com alta de 0,67%, aos 120.420 pontos, o melhor resultado desde 4 de abril de 2022, quando o pregão fechou aos 121.279 pontos.

O clima positivo reforçou a queda do dólar ante o real, que voltou a renovar a mínima em mais de um ano. A moeda norte-americana encerrou a sessão com perda de 0,56%, negociada a R$ 4,768 na venda, o menor valor desde 31 de maio do ano passado, quando fechou em R$ 4,754.

O pregão foi sustentado pela alta dos papéis da Petrobras, refletindo a alta do petróleo no mercado global. O barril do tipo Brent subiu mais de 1,5%, acima de US$ 77.

Os papéis preferenciais da estatal (PETR4) ganharam 4,19%, enquanto os ordinários (PETR3) subiram 3,99%.

O movimento abafou a queda de 1,01% da Vale (VALE3), ação com maior peso no Ibovespa, acompanhando a perda de 1% da tonelada do minério de ferro no porto de Dalian, a US$ 110,86.

As ações da Natura (NTCO3) liderou as altas do dia, fechando com valorização de 7,53%. Na sequência, PRIO (PRIO3) ganhou 6,94%, enquanto as ações do IRB (IRBR3) subiram 5,78%.

Na ponta de baixo, as maiores baixas foram da Embraer (EMBR3), CVC (CVCB3) e GPA (PCAR3), de 7,42%, 5,25% e 2,75%, respectivamente.

À espera do Copom e marco fiscal

O Copom divulga a partir das 18h30 os próximos passos da Selic, que desde agosto do ano passado se mantém em 13,75% ao ano.

O colegiado volta a se encontrar após dados da economia publicados nas últimas semanas indicarem a desaceleração da inflação, aumentando a pressão para o corte das taxas.

Apesar desse histórico positivo, análises apontam para a manutenção dos juros no atual patamar. A diferença está na sinalização que os técnicos do BC devem dar aos próximos passos, indicando para o início do corte da Selic a partir do encontro marcado para 1º e 2 de agosto.

Antes, as apostas apontavam para queda a partir de setembro.

Ainda no cenário doméstico, agentes financeiros acompanham a tramitação da nova regra fiscal no Senado, após a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa aprovar mais cedo o texto principal da proposta de arcabouço fiscal.

A expectativa é que o texto seja levado ao plenário ainda nesta quarta-feira após a sabatina de Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Powell reforça alta dos juros nos EUA

No exterior, Powell afirmou nesta quarta-feira que a luta do Federal Reserve para reduzir a inflação à sua meta de 2% “tem um longo caminho a percorrer”.

Em depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, ele disse que “a inflação moderou um pouco desde meados do ano passado”, mas que “as pressões inflacionárias continuam altas, e o processo de reduzir a inflação para 2% ainda tem um longo caminho a percorrer.”

O sinal influenciou negativamente nos principais mercados do globo. Em Wall Street, o Dow Jones perdeu 0,30%, enquanto o S&P 500 caiu 0,54% e a Nasdaq teve desvalorização de 1,22%.

No outro lado do Atlântico, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,47%.

Fonte: CNN - Reuters.