O placar em 20/12 indicava um caminho tranquilo. Até que tudo mudou. Ao tomar uma virada inexplicável no primeiro set, o Brasil se viu em meio à tensão de um clássico. A Itália, desfalcada e cheia de caras novas, causou estragos à linha de passe da seleção de Zé Roberto. O drama se estendeu até o fim. Mas, pelo brilho de Gabi, de volta ao time, o Brasil se impôs no fim em 2h17: 3 sets a 2, parciais 26/28, 25/20, 19/25, 25/21 e 15/10.
O Brasil volta à quadra nesta quinta-feira, contra o Canadá, às 7h. O sportv2 transmite a partida ao vivo, e o ge acompanha tudo em tempo real.
Com a vitória, o Brasil sobe na Liga das Nações. A seleção soma sete vitórias e duas derrotas, em terceiro lugar na tabela, atrás de Estados Unidos e Polônia. A Itália, que ainda busca uma posição melhor para avançar à fase final, está em oitavo lugar - no limite da zona de classificação.
O Brasil parecia leve e eficiente no início. Abriu 20/12 sobre uma Itália cheia de reservas. Mas, ao ver as rivais virarem uma parcial que parecia em mãos, passou a sofrer - e muito. As reviravoltas se estenderam por todo o jogo. A seleção, porém, contou com o brilho de Gabi para vencer no fim. O jogo ainda teve uma série de trapalhadas da arbitragem, com decisões equivocadas e uma paralisação de mais de sete minutos na reta final do tie-break.
Maiores pontuadoras:
Gabi (BRA): 25 pontos
Rosamaria (BRA): 21 pontos
Villani (ITA): 21 pontos
Nwakalor (ITA): 21 pontos
Pontos de ataque:
Brasil: 67 pontos
Itália: 69 pontos
Pontos de bloqueio:
Brasil: 10 pontos
Itália: 11 pontos
Pontos de saque:
Brasil: 5 pontos
Itália: 1 ponto
Pontos em erros de adversários:
Brasil: 28 pontos
Itália: 23 pontos
Rosamaria, tão acostumada às rivais, saltou para marcar o primeiro ponto no jeito. Pouco depois, Gabi, estreante, encheu o braço para marcar 4/2, seu primeiro ponto na Liga. A Itália, cheia de desfalques e caras novas, tentou se manter firme. Mas, ainda assim, viu as brasileiras abrirem 8/4 antes de Davide Mazzanti pedir tempo.
O Brasil tinha um jogo leve e de poucos erros. No ataque de Rosamaria, a seleção abriu 20/12 na contagem. Mas aí tudo mudou. Depois de uma inversão no 5/1, as rivais conseguiram encostar e diminuíram a diferença para 20/17. Zé Roberto, então, parou o jogo. Ainda assim, a Itália virou. Marcou o nono ponto seguido em erro de Carol e marcou 21/20.
O que era um set tranquilo, se transformou. O Brasil se perdeu em meio à imprecisão. Macris deu lugar a Roberta, mas a situação se manteve. A Itália jogou a pressão para o lado brasileiro e passou a sobrar em quadra. O time de Zé Roberto tentava a reação, mas parava no bloqueio italiano – foram cinco pontos para as europeias contra nenhum das brasileiras no fundamento. No fim, 28/26 em uma virada inexplicável.
A Itália manteve o ritmo. Diante do nervosismo brasileiro, abriu 3/0. Zé, que já havia mantido Roberta em quadra, mandou Pri Daroit para a vaga de Maiara Basso, que tinha dificuldades para virar no ataque. Era um jogo difícil. O Brasil chegou ao empate depois de uma condução de Omoruyi: 8/8. Àquela altura, Gabi era o principal nome da seleção. Mas o time ainda sofria com o bloqueio rival. Ao fechar as portas para Rosamaria, Mazzaro marcou 11/10.
Gabi, que já vinha bem, cresceu ainda mais. Voou duas vezes para marcar em sequência e abrir 15/13. Davide, então, parou o jogo. A arbitragem passou a roubar a cena com decisões polêmicas para os dois lados. O Brasil chegou a abrir três pontos, em 20/17, mas a Itália fez a diferença cair para apenas um. Mas a vantagem voltou a subir quando Pri Daroit marcou o primeiro ponto de bloqueio da seleção no jogo. No ace de Carol, 23/19. A vitória veio em um erro de Nwakalor: 25/20.
O Brasil manteve o ritmo. O bloqueio, que demorou tanto a encaixar, funcionou novamente com Thaísa: 4/2. A seleção teve o controle no início do set, mas perdeu a mão. A Itália se aproveitou da queda de rendimento do time de Zé Roberto e tomou a frente. No erro de recepção de Pri Daroit, 14/10 para as rivais. Era (mais um) momento ruim da seleção no jogo.
A seleção ameaçou reagir e chegou a diminuir a diferença. Mas, em um bloqueio sobre Gabi, a Itália abriu 18/14. Zé Roberto parou o jogo e tentou organizar o time. Pouco funcionou. As italianas ampliaram a vantagem. O técnico, então, mudou. Lorrayna, Diana e Julia Bergmann foram à quadra. O paredão italiano, no entanto, seguiu de pé e fechou as portas para a reação. No fim, Nwakalor fechou a parcial: 25/18.
Um bloqueio de Rosamaria abriu a conta na volta à quadra. O Brasil tentou acelerar. Com Gabi, marcou 5/1 e obrigou o pedido de tempo do outro lado. Mas a Itália foi buscar mais uma vez. No ritmo de Villani, destaque do time, as rivais chegaram ao empate em 7/7. Aos poucos, o Brasil se reencontrou e voltou a abrir com ponto de Pri Daroit: 13/10.
Um ace da própria Pri Daroit fez a seleção pular para 17/13. As italianas tentaram voltar ao jogo mais uma vez. Mas, ao crescer na recepção na reta final, o Brasil chegou à vitória no set e forçou o tie-break com um ponto de Rosamaria: 25/21.
O jogo, claro, cresceu em nível de tensão. No início do tie-break, os dois times trocaram pontos a cada jogada. Mas, no bloqueio de Gabi, o Brasil abriu 6/4. A seleção até conseguia se manter à frente, mas não era fácil. Do outro lado, a Itália buscava a reação. Na marra, porém, o Brasil se manteve firme. Mesmo diante das trapalhadas da arbitragem, que chegou a paralisar o jogo por mais de sete minutos por não se entender com a tecnologia e a rotação da Itália. As jogadoras precisaram fazer um novo aquecimento em quadra - Rosamaria, inclusive, chegou a bater bola com Zé Roberto para não perder o ritmo. No fim, porém, vitória brasileira pelas mãos de Gabi: 15/10.
Fonte: ge