Economia

Após ata do Copom, mercado reduz para 12% projeção para Selic em 2023, diz Focus





Depois que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom)sinalizou que há espaço para o início do corte da taxa básica de juros já a partir do próximo encontro — marcado para agosto — o mercado revisou para baixo suas projeções para a taxa básica de juros, a Selic.

A estimativa do Boletim Focus desta segunda-feira (26) para a Selic passou de 12,25% para 12% ao ano em 2023; se manteve em 9,5% e 9% para 2024 e 2025; e caiu de 8,75% para 8,63% para 2026.

Uma semana antes da divulgação da ata, na quarta-feira (21) o Copom manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Foi a sétima vez seguida que o Comitê decide pela manutenção da taxa. Assim, o patamar de juros no país continua no maior nível desde dezembro de 2016.

Era unânime a expectativa entre economistas de que o colegiado iria manter novamente a Selic em 13,75% ao ano. Para uma grande parte dos especialistas, porém, foi a última vez.

Inflação

As estimativas para a inflação seguem em queda. Para o fim de 2023, a mediana das expectativas aponta para um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,98% ao ano, ante 5,06% há uma semana. Para os anos seguintes, novas reduções: de 3,98% para 3,92% em 2024; de 3,8% para 3,60 em 2025 e de 3,72% para 3,50% em 2026.

No câmbio, apesar da queda acumulada nos últimos meses, os economistas ouvidos para o Focus mantiveram em R$ 5 a estimativa para o dólar ao fim de 2023. Para 2024, redução de R$ 5,10 para R$ 5,08. Em 2025, a projeção passou de R$ 5,15 para R$ 5,17 e para 2026 a estimativa caiu de R$ 5,25 para R$ 5,20.

Com a sinalização de que o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim, o mercado elevou novamente suas projeções para o crescimento da economia.

Para 2023, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,18% para 2,19%. Para 2024, novo aumento, de 1,22% para 1,28%. Para 2025 e 2026, porém, reduções de 1,83% para 1,81% e de 1,92% para 1,90%.

O que disse a ata

Paciência, serenidade, cautela e parcimônia foram as palavras que deram o tom na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada na terça-feira (27). Mas, segundo o documento, há espaço para um afrouxamento da política monetária já no próximo encontro, marcado para agosto.

Segundo a ata, a avaliação predominante entre os membros do comitê é de que o processo desinflacionário em curso — com consequente impacto sobre as expectativas — pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar “um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

Outro grupo, porém, mostrou-se mais cauteloso. Para esses membros, a dinâmica desinflacionária ainda reflete a desaceleração dos preços de componentes mais voláteis e que há dúvida sobre o impacto do aperto monetário em curso até agora.

Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas de longo prazo e acumular mais evidências de desinflação em componentes mais sensíveis a impactos sazonais.

“Entretanto, os membros do comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirma o documento.

 

- IPC-S fecha junho com queda de preços de 0,10%

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou o mês de junho com deflação (queda de preços) de 0,10%. Em maio, o indicador havia registrado inflação de 0,08%. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (3) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-S acumula taxa de inflação de 2,22% em 12 meses.

Dos oito grupos de despesa, dois apresentaram deflação e contribuíram para a taxa negativa do IPC-S, alimentação (0,36%) e transportes (1,14%).

Entre os seis grupos com inflação, o principal destaque foi educação, leitura e recreação, que teve alta de preços de 0,87%. Em maio, o grupo havia tido a maior deflação (3,37%).

Os demais grupos de despesas apresentaram as seguintes taxas: vestuário (0,50%), habitação (0,23%), saúde e cuidados pessoais (0,19%), comunicação (0,14%) e despesas diversas (0,12%).

Fonte: CNN