Economia

Ibovespa fecha semana com queda de 0,99%; dólar recua 1,43%, a R$ 4,79





O Ibovespa encerrou em queda nesta sexta-feira (14) e o dólar se manteve estável com investidores analisando os dados negativos no varejo em maio.

O desempenho também reflete a falta de direção dos mercados globais, pressionados pela expectativa de novas altas dos juros nos Estados Unidos e com o início da temporada de balanços no segundo trimestre.

O principal indicador da bolsa brasileira fechou o dia com queda de 1,3%, aos 117.710 pontos.

Este desempenho faz o Ibovespa acumular perda de 0,99% na semana.

O movimento global manteve o dólar praticamente estável ante o real, com alta de 0,12%, a R$ 4,795 na venda.

Apesar do desempenho desta sexta, a divisa norte-americana soma queda de 1,43% ante o real no saldo da semana.

Queda generalizada

A maior parte do Ibovespa ficou no vermelho na última sessão da semana, com os juros abrindo em toda a curva diante das expectativas de corte menos agressivo pelo Banco Central (BC) em agosto.

A parte de baixo foi liderada pela BRF (BRFS3), com perda de 6,17%. Na sequência, Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) perderam 6,29% e 5,88%, respectivamente.

A pressão para baixo também teve participação da Petrobras diante da desvalorização de 1,83% do petróleo tipo Brent, a US$ 79,87 o barril.

Os papéis preferenciais da petroleira (PETR4) perderam 1,96%, enquanto os ordinários (PETR3) cederam 2,11%.

A Vale (VALE3) ficou em alta durante a maior parte do dia, mas perdeu fôlego nos minutos finais e encerrou estável, em meio a alta de 2,54% do minério de ferro, a US$ 119,02, o maior valor em quatro meses.

Na ponta de cima, destaque para disparada de 13,26% da Méliuz (CASH3), após o BTG Pactual recomendar a compra dos papéis com a expectativa de valorização.

Varejo decepciona

O mau humor foi impulsionado pela retração de 1% do comércio em meio, pior do que o esperado pelo mercado.

Na comparação com maio de 2022, também houve queda de 1%, enquanto no indicador dos últimos 12 meses houve um crescimento de 0,8%.

Para Gabriel Bassotto, analista chefe de ações do Simpla Club, o resultado foi impactado por dois principais fatores: o maior endividamento das famílias e menor crédito nos mercados.

“O endividamento das famílias está em um dos patamares mais altos da história do país, enquanto a inadimplência também está aumentando”, segundo o especialista.

Cenário global incerto

Lá fora, o dia fechou sem uma direção definida entre as principais praças.

Em Wall Street, Dow Jones subiu 0,33%, enquanto S&P 500 perdeu 0,10% e Nasdaq cedeu 0,18%.

No Velho Continente, o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,11%.

Os mercados seguem à espera da alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) no fim deste mês em meio aos dados difusos sobre a economia norte-americana.

Em paralelo, investidores iniciam as análises dos primeiros resultados da temporada de balanço do segundo trimestre, que devem mostrar o comportamento das empresas em meio à escalada dos juros iniciada no ano passado.

 

Fonte: CNN