Economia

Associação diz que 2,06 milhões tiveram nome limpo nos primeiros três dias do Desenrola





Pessoas que tiveram o nome desnegativado tinham dívidas de até R$ 100.

A Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) informou ao Ministério da Fazenda que 2 milhões e 64 mil pessoas com dívidas de até R$ 100 tiveram seus nomes limpos nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil(segunda a quarta), lançado pelo governo federal. 

A desnegativação das dívidas de até R$ 100 é uma contrapartida à participação dos bancos no programa. 

A medida não significa um perdão. O débito seguirá existindo, mas os bancos vão se comprometer a não incluir os devedores no cadastro negativo. 

Com isso, se não houver outras dívidas negativadas, o brasileiro nessa situação terá o "nome limpo" – e poderá voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel. 

Inicialmente, o Ministério da Fazenda projetava que 1,5 milhão de pessoas poderiam ser contempladas por essa medida 

Em um segundo momento, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o alcance poderia crescer com a adesão de novos bancos ao programa. A expectativa é que, com o ingresso das instituições, o número chegue a 2,5 milhões. 

O programa Desenrola começou a operar na última segunda-feira (17). O objetivo é impulsionar, por meio de incentivos do governo federal às instituições credoras, a renegociação de dívidas de pessoas físicas em melhores condições. 

Na primeira etapa do programa, além de "limpar o nome" dos brasileiros com dívidas de até R$ 100, teve início a negociação de débitos de uma parcela do público. 

Desde o dia 17 de julho, o público da faixa 2 do programa pode renegociar débitos diretamente com os bancos. 

  • Faixa 2: pessoas físicas com renda mensal de até R$ 20 mil, com dívidas bancárias negativadas de janeiro de 2019 até o fim do ano passado. 

Em troca de ofertar melhores condições aos clientes, os bancos vão receber um incentivo do governo federal. 

Segundo o Ministério da Fazenda, a cada real de desconto que o banco oferecer na renegociação, a instituição financeira vai poder apurar um real de crédito presumido — uma espécie de compensação tributária. 

Com esse incentivo, a expectativa é que o volume de créditos disponível nessa fase chegue a R$ 50 bilhões. 

No caso da faixa 1, as renegociações devem começar a partir de setembro. 

  • Faixa 1: pessoas físicas com renda mensal de até 2 salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com dívidas de até R$ 5 mil, negativadas entre 2019 e 2022.

Para o grupo, poderão ser renegociadas dívidas bancárias e não bancárias (com companhias de água, luz e telefone, por exemplo). As renegociações serão feitas a partir de uma plataforma do governo federal - que ainda está sendo desenvolvida. 

Para incentivar que as empresas credoras ofereçam maiores descontos, as operações da faixa 1 serão cobertas por um fundo garantidor. Segundo o ministro da Fazenda, o governo reservou R$ 7,5 bilhões para esse fim - valor que, segundo Haddad, poderá ser complementado. 

Ainda de acordo com o ministro, esse valor pode alavancar um volume de renegociações de até R$ 30 bilhões, a depender do volume de descontos ofertados.

 

Fonte: g1