O Ibovespa entregou parte dos ganhos acumulados nas últimas sessões e fechou em queda firme nesta quinta-feira (27), pressionado pelas blue chips, como são chamadas as principais empresas do mercado.
O cenário internacional também não contribuiu, com queda generalizada em Wall Street um dia depois de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) subir os juros ao maior patamar em 22 anos e não fechar a porta para novos aumentos ainda neste ano.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou a sessão com perda de 2,1%, aos 119.989 pontos.
O movimento quebra a sequência de altas que levou o Ibovespa a renovar a máxima em mais de dois anos na véspera, quando fechou aos 122.560 pontos.
O mau humor do mercado global deu força para a alta do dólar, fechando com valorização de 0,65%, a R$ 4,759.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) estiveram entre as maiores perdas, com queda de 5,19%, enquanto as preferenciais (PETR3) perderam 5,63%, pela reação negativa do mercado aos dados operacionais divulgados nesta quarta (26).
Segundo Lucas Almeida, sócio da AVG Capital, investidores também estão preocupados com a distribuição de dividendos da empresa, enquanto a recente valorização do petróleo no mercado global pressiona por novos reajustes nos preços.
“Ainda existe um certo ruído sobre a políticas de preços de combustível da empresa e esperar mais clareza sobre esse assunto pode ser um bom negócio. O preço do petróleo chegou a subiu 15% no último mês e talvez esse assunto pode ser pautado novamente”, explica.
As ações da Vale (VALE3), empresa com maior peso no mercado, caíram 1,87% com investidores à espera dos resultados do segundo trimestre, que serão publicados após o fechamento do pregão.
O dia também foi de baixa em Wall Street na primeira sessão após o Fed aplicar a dose de 0,25 ponto percentual nos juros, elevando as taxas para a banda de 5,25% e 5,50%, a maior em 22 anos.
O Dow Jones perdeu 0,66%, enquanto S&P 500 cedeu 0,64% e a Nasdaq perdeu 0,52%.
Mais do que o número, investidores repercutem o recado do presidente da autarquia, Jerome Powell, em não descartar novos aumentos na taxa nos próximos meses para trazer a inflação para a meta de 2%.
Já hoje foi a vez do Banco Central Europeu (BCE) reajustar os juros com o aumento de 0,25 p.p, levando a taxa para 4,25%.
Apesar da escalada, a presidente da entidade, Christine Lagarde tranquilizou os mercados com um discurso menos agressivo para a política monetária.
O cenário deu base para o Stoxx 600, que reúne as principais empresas do Velho Continente, subir 1,35%.
Fonte: CNN