O Ibovespa ampliou o clima negativo da véspera e voltou a fechar em queda nesta quarta-feira (2), com a pressão negativa do cenário global após o rebaixamento do rating dos EUA e expectativa dos investidores pela decisão dos juros pelo Banco Central (BC).
O principal índice da bolsa brasileira perdeu 0,32% e encerrou a sessão aos 120.858 pontos. Na véspera, o indicador já havia recuado 0,57%.
O clima negativo nas praças globais refletiu em nova alta do dólar, com valorização de 0,29%, a R$ 4,805 na venda.
O cenário desfavorável a risco no exterior, após a agência de classificação Fitch rebaixar a nota de crédito do governo dos Estados Unidos, corroborava o tom negativo na bolsa brasileira com o recuo das principais empresas do mercado.
A Vale (VALE3) perdeu 1,63% com a desvalorização do minério de ferro, enquanto as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 0,23% em reflexo a perda de valor do barril de petróleo tipo Brent.
No setor financeiro, as ações do Itaú (ITUB4) — líder do setor na bolsa — recuaram 0,31%.
O grande destaque negativo, porém, ficou com a perda de 9,15% da Cielo (CIEL3) após a repercussão negativa do balanço do segundo trimestre divulgado na véspera.
Na outra ponta, as ações da Cogna (COGN3) subiram 3,31%. Para Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, o desempenho reflete mudanças na organização da companhia.
“A empresa vem realizando internamente uma série de medidas para se adequar com as mudanças que o setor sofre, desde a pandemia Covid. Grande parte dos analistas são neutros, mas veem um esforço da administração da empresa na melhoria, que deve ter uma melhora das margens gradativamente”, diz.
Destaque positivo também para a JBS (JBSS3) e a Cyrela (CYRE3), com aumentos de 2,52% e 2,47%, respectivamente.
No caso do frigorífico, diz Labarthe, a alta é sinal da expectativa positiva dos investidores no novo ciclo pecuário, enquanto a construtora é beneficiada pela previsão de corte nos juros, beneficiando o setor de construção civil de forma generalizada.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga após as 18h30 a decisão sobre a taxa básica de juros, em conclusão da reunião iniciada na na terça-feira (1º).
A expectativa tanto de mercado como de governo é que o Comitê promova um corte na taxa atual, de 13,75% ao ano, definida na reunião de agosto, quando foi reajustada em 0,25 ponto percentual. Desde então, o Copom tem decidido pela manutenção da taxa básica de juros, ao longo de sete reuniões seguidas.
O tamanho, porém, gera divergência entre redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) e 0,25 p.p.
O clima internacional foi negativo no dia seguinte a decisão da Fitch em rebaixar o rating dos EUA de AAA para AA+.
A revisão ocorreu depois que os legisladores negociaram até o último minuto um acordo sobre o teto da dívida, arriscando o primeiro calote do país.
Em Wall Street, Dow Jones perdeu 0,93%, S&P 500 recuou 1,38% e Nasdaq desvalorizou 2,08%.
No Velho Continente, o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,35%.
Fonte: CNN