O Ibovespa encerou a sessão desta sexta-feira (4) no campo negativo, pressionado pelos tombos da Petrobras e do Bradesco após a repercussão negativa dos resultados do segundo trimestre publicados na véspera.
O clima internacional também não ajudou, com as bolsas em Wall Street fechando no vermelho em meio à temporada de balanços e investidores digerindo o desempenho do mercado de trabalho abaixo do esperado.
O principal indicador da bolsa brasileira fechou o dia com perda de 0,89%, aos 119.507 pontos.
O resultado reforça a queda de 0,56% do pregão da semana, que foi marcada pela decisão de corte dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em 0,5 ponto percentual, a 13,25%.
Já o dólar voltou a apresentar perda ante o real, com recuo de 0,51%, negociado a R$ 4,874 na venda.
No saldo da semana, porém, a divisa norte-americana registra valorização 3,03%.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) ficaram entre as maiores baixas, 2,98%, em reflexo aos resultados do segundo trimestre reportados pela empresa na véspera.
Entre abril e junho, a estatal teve lucro de R$ 28,8 bilhões, resultado 47% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, parte do resultado foi impacto da desvalorização do petróleo após os picos atingidos nos anos anteriores por causa da guerra na Ucrânia.
“Outro problema da empresa são os atuais níveis de defasagem da gasolina e do diesel. No segundo trimestre, período reportado ontem, a defasagem era de cerca de 8% e mesmo assim o balanço desagradou ao mercado”, complementa Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
As ações do Bradesco (BBDC4) também figuram entre os destaques negativos, com perda de 6,65%, após o banco mostrar lucro de R$ 4,51 bilhões no segundo trimestre, recuo de 38,5% na base anual.
Além disso, investidores seguem de olho no aumento da inadimplência do banco medida pela Provisão para Devedores Duvidosos (PDD).
A maior queda do dia, porém, ficou com o Carrefour (CRFB3), com perda de 6,76%, após Advent se desfazer de 85% dos papéis na empresa.
Na ponta positiva, os papéis da Lojas Renner (LREN3) eram destaque no pregão, com alta de 5,77%.
Para Cardozo, o movimento reflete a redução dos juros, que acaba impactando positivamente nas empresas expostas à economia doméstica.
O dia também é de ganhos para a BRF (BRFS3) após, fechando com alta de 6,1%, após recomendação de compra pelo J.P.Morgan.
O cenário positivo atua sem direção definida, com mercados repercutindo dados nos balanços corporativos e a alta abaixo do esperado da criação de empregos nos Estados Unidos em julho.
O mercado de trabalho norte-americano acrescentou 187 mil postos de trabalho, número menor dos 200 mil esperados pelos analistas.
A taxa de desemprego do último mês nos EUA foi de 3,5%, em linha com as expectativas de 3,6%.
No mês anterior, o país também registrou um desemprego de 3,6%.
Em Wall Street, Dow Jones perdeu 0,41%, enquanto S&P 500 recuou 0,51% e a Nasdaq desvalorizou 0,36%.
Na Europa, o índice intercontinental Stoxx 600 fechou com alta de 0,29%.
Fonte: CNN