O Banco Central da Argentina decidiu nesta 2ª feira (14.ago.2023) elevar a Leliq, taxa básica de juros do país, em 21 pontos percentuais, subindo de 97% para 118%. A medida visa a absorver pesos no mercado.
A autoridade monetária argentina também fixou a taxa de câmbio em 350 pesos para cada dólar até as eleições de 22 de outubro. Com isso, houve uma desvalorização de 22% da moeda frente à moeda norte-americana.
O dólar blue (paralelo) subiu de 605 para 670 pesos nesta 2ª feira (14.ago), na Argentina. A alta de 10,7% se deu depois do resultado das eleições primárias, que mostram o economista Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza, na liderança.
Já o S&P Merval, o principal índice da Bolsa de Valores da Argentina, chegou a cair 3,62% na mínima do dia, aos 463.471,06 pontos. Às 11h52, porém, registrava alta de 1,19% (485.985,11 pontos).
O risco país registrou nesta 2ª feira (14.ago) uma alta de 40,3% em relação à 6ª feira (11.ago), passando de 1.887 pontos para 2.620 pontos.
- Javier Milei diz que pode ser eleito em 1º turno na Argentina
O economista e deputado Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina pela coalizão La Libertad Avanza, comemorou a vitória nas eleições primárias e disse que pode ser eleito já em 1º turno.
Com 95,6% dos votos apurados, Milei teve 30,1% da preferência dos eleitores argentinos nas primárias –que definem os nomes que concorrerão à Casa Rosada. A coalizão de Milei, que reúne 4 partidos, lidera em 16 dos 24 distritos do país.
“Agradeço a esse um terço dos argentinos que decidiram mudar a Argentina […] Estamos em condições de vencer a casta no 1º turno”, afirmou o candidato da direita.
Para vencer a pleito em 1º turno, Milei precisaria obter pelo menos 45% dos votos válidos ou acima de 40% com uma vantagem de 10 p.p. ou mais sobre o 2º colocado. A eleição está marcada para 22 de outubro. Se houver necessidade de 2º turno, os argentinos voltam às urnas em 19 de novembro.
Milei lembrou que as pesquisas mostraram ele em 3º lugar individualmente, mas declarou que sua campanha se impôs para vencer as primárias. “Conseguimos nos impor e ser a força mais votada, porque somos os únicos que queremos uma mudança real. Uma Argentina diferente com a mesma como sempre é impossível”, disse o deputado.
O economista liberal está confiante para o desempenho da aliança de direita nas eleições legislativas. Ele projeta que, com base nos resultados das prévias, a coalizão La Libertad Avanza elegerá 35 deputados e 8 senadores. Hoje, tem 2 congressistas –ambos na Câmara.
Milei afirmou ainda que sua campanha acabará com o kirchnerismo e com a “casta política parasitária” do país. Enalteceu o desempenho de Carolina Píparo, candidata ao governo de Buenos Aires. Ela foi a 2ª mais votada individualmente, atrás do atual governador, o peronista Axel Kicillof.
“Quero agradecer às nossas equipes de trabalho, já que apesar de termos sido acusados de não ter equipe, somos o único espaço que fez uma proposta completa para um programa de governo. Que grande equipe reunimos para colocar a Argentina de pé!”, completou Javier Milei.
A corrida só se encerrará em outubro caso Milei conquiste votos de seus adversários. Nas primárias, a coalizão Juntos por El Cambio, também de direita, tem 28,6% dos votos até o momento, 1,5 p.p. de diferença para Milei. A candidata da aliança, a Patricia Bullrich, somou 17,0% dos votos e venceu a disputa interna.
Bullrich é ex-ministra da Segurança do governo de Mauricio Macri. Derrotou Horacio Rodríguez Larreta, atual prefeito de Buenos Aires. Bullrich elogiou as ideias e o bom desempenho de Milei nas primárias e disse esperar uma eleição disputada.
Sergio Massa, ministro da Economia e candidato do governo, deve ir ao pleito como 2ª força, pois teve mais votos individuais do que Bullrich –21,40% dos 27,27% da coalizão de esquerda Unión por la Patria. Foi o pior desempenho dos peronistas em 12 anos.
O discurso do ministro é de recuperar terreno. Massa disse que seu grupo tem “60 dias para reconquistas aqueles que foram convocados pelo ódio”.
Fonte: Poder360