Economia

Ibovespa sobe 1,7% após aprovação do arcabouço; dólar cai a R$ 4,85





Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (23), mais uma vez acompanhando o otimismo do exterior e com os investidores repercutindo a aprovação do novo arcabouço fiscal no Brasil.

O índice subiu 1,70%, aos 118.135 pontos. Veja mais cotações

O resultado positivo também foi puxado pela forte alta dos papéis da Petrobras. Tanto as ações preferenciais (sem direito a voto) quanto as ações ordinárias da empresa avançaram mais de 5%. 

No dia anterior, o Ibovespa fechou em baixa de 1,51%, aos 116.156 pontos. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular:

No mercado cambial, o dólar caiu 1,73% nesta quarta, cotado a R$ 4,85. 

O que está mexendo com os mercados? 

A aprovação do texto final do novo arcabouço fiscal, na noite de terça-feira (22), foi o principal destaque do pregão desta quarta. A proposta já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados e seguiu para votação no Senado Federal, onde o texto também foi aprovado, mas com algumas mudanças. 

Por conta dessas mudanças, o projeto teve de voltar para a Câmara, onde foi aprovado em uma votação dividida em duas partes, cada uma focada em um ponto diferentes. 

Na primeira etapa, os deputados votaram e aprovaram, por 379 votos a favor e 64 contra, a isenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal de seguir o arcabouço. Ou seja, esses fundos não precisarão estar limitados às novas regras de gastos. 

Já na segunda parte, os deputados derrubaram, por 423 votos a favor da rejeição e 19 contra, um artigo proposto pelo Senado que permitia ao governo enviar, na proposta de Orçamento de 2024, o valor das despesas considerando a projeção da inflação até o fim do ano. 

O líder do governo na Câmara, José Guimarães, no entanto, defendeu a retirada do artigo para honrar um acordo com líderes partidários. Na prática, isso abriria um espaço fiscal de até R$ 40 bilhões para o Executivo gastar no próximo ano. Essas despesas, contudo, estariam condicionadas, ou seja, precisariam ser aprovadas pelo Congresso. 

Agora, o texto segue para sanção presidencial. 

O mercado recebe positivamente a aprovação do novo arcabouço porque a indefinição sobre os gastos públicos é um dos fatores que mais pesam contra os investimentos no Brasil. Agora, a expectativa é que tudo ocorra de forma mais previsível e guiada pelas novas regras fiscais. 

Além disso, investidores também aguardam, em nível internacional, a divulgação do balanço corporativo do segundo trimestre da Nvidia, empresa de tecnologia bastante ligada à inteligência artificial. 

As expectativas são de que a companhia tenha registrado ótimos números no último trimestre, ajudando a impulsionar todo o setor de tecnologia - o que acrescenta bom humor aos mercados e ameniza, pelo menos no curto prazo, parte da aversão aos riscos causadas pelas projeções de que os Estados Unidospossam passar por um período de recessão econômica. 

De todo modo, a trajetória dos juros americanos também segue no radar, principalmente com a aproximação do Simpósio de Jackson Hole, evento onde as principais autoridades se reúnem para tratar sobre os rumos da maior economia do mundo.

 

Fonte: g1