O Ibovespa fechou em queda acima de 2% e o dólar voltou a superar o patamar de R$ 4,90 nesta quinta-feira (21), diante do pessimismo internacional com expectativa de novo aumento de juros nos Estados Unidos e dúvidas da capacidade da China em recuperar as atividades econômicas.
Na pauta doméstica, o assunto também foi juros, com investidores repercutindo o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) descartando o aumento do ritmo de cortes nos próximos encontros.
Ontem, o colegiado reduziu 0,50 ponto percentual (p.p.) da Selic, trazendo a taxa para 12,75% ao ano.
Diante destas pressões, o Ibovespa encerrou o dia com perda de 2,15%, aos 116.145 pontos.
Já o dólar registrou alta de 1,14% ante o real, negociado a R$ 4,935 na venda.
O Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) manteve, na véspera, os juros entre 5,25% e 5,5%, porém sinalizou que deve voltar a subir a taxa ainda neste ano.
Em um discurso considerado mais duro, o presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que a inflação segue longe da meta e que novos dados devem dar mais clareza aos rumos da taxa.
“Quase todos os papeis do Ibovespa caem hoje, todos motivados pelo discurso hawkish do Fed ontem, após manter a taxa de juros local. As maiores quedas são de empresas de setores que, historicamente, são mais sensíveis às variações de taxas de juros como varejo, consumo e construção civil”, explica Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
No cenário brasileiro, o Copom reiterou que não planeja aumentar o ritmo de alta dos juros, como estava sendo previsto por parte dos analistas. Em nota, o colegiado disse que, caso o cenário previsto não mude, novos cortes de 0,50 p.p. devem ser aplicados nos próximos encontros.
Fonte: CNN