O Ibovespa fechou próximo da estabilidade e o dólar voltou a ganhar força ante o real nesta segunda-feira (25), pelo mau humor global dos investidores, que ainda repercutem a sinalização de alta dos juros nos Estados Unidos neste ano, além de novas dúvidas com a recuperação da China.
No cenário doméstico, as atenções se voltam à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que será publicada nesta terça (26) e pode dar novos sinais sobre o ciclo de queda dos juros após novo corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na semana passada.
Diante dessas pressões, o Ibovespa encerrou a sessão com leve perda de 0,07%, aos 115.924 pontos.
Já o dólar foi na direção oposta e subiu 0,69% ante o par brasileiro, negociado a R$ 4,966 na venda. É o maior patamar para a divisa dos EUA desde o início deste mês.
O mau humor deste início da semana é uma continuidade da cautela vista nas últimas sessões após o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) indicar que deve voltar a subir os juros neste ano.
Na última quarta-feira (20), a autoridade monetária segurou as taxas entre 5,25% e 5,5%, porém, deixou aberta a possibilidade de elevação.
Nesta sexta-feira (29) serão divulgados dados do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), considerado o índice favorito do Fed para medir a variação dos preços.
Além desse temor, Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, pontua que o tom do Fed sinaliza que os juros ficarão elevados por mais tempo.
“Essa preocupação do mercado em relação aos juros lá fora derruba bolsas em todo o mundo, inclusive no Brasil”, pontua.
Também na arena global, o temor com o mercado imobiliário da China voltou a assustar os investidores, que também aguardam por novos dados de atividades que serão publicados nesta semana.
O movimento derrubou o minério de ferro e fez a Vale (VALE3) fechar o dia com perda de 2,06%.
A sessão foi de alta para os juros em toda a curva, prejudicando principalmente construtoras e varejistas do Ibovespa.
O destaque negativo ficou com o Grupo Casas Bahia (BHIA3), que perdeu 13,24%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) cedeu 4,02%.
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-Desenrola: bancos renegociam R$ 14,3 bi em dívidas em 10 semanas, diz Febraban
Os números se referem a Faixa 2 do programa, que contempla as pessoas com renda mensal igual ou inferior a R$ 20 mil
As renegociações de dívidas bancárias no programa Desenrola Brasil chegaram a R$ 14,3 bilhões em 10 semanas, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgados nesta segunda-feira (25).
Entre 17 de julho e 22 de setembro, foram negociados 2,03 milhões de contratos de dívidas, totalizando 1,6 milhão de clientes bancários.
Além disso, a entidade informou que as instituições financeiras desnegativaram cerca de 6 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100.
Os números se referem a Faixa 2 do programa, que contempla as pessoas com renda mensal de dois salários mínimos (R$ 2.640) até R$ 20 mil, e no qual os débitos bancários são ajustados diretamente com a instituição financeira em condições especiais.
“O Programa Desenrola é um instrumento bastante relevante de renegociação de dívidas, atendendo ao momento delicado das finanças das famílias brasileiras, ao procurar reduzir dívidas da maior quantidade possível de pessoas”, avalia o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
O governo federal iniciou nesta segunda a nova etapa do programa Desenrola Brasil, destinada ao público da Faixa 1. Em um primeiro momento, será realizado o leilão de descontos, no qual os credores inscritos no programa devem informar o valor de dívidas que estão dispostos a abater.
Compõem este grupo as pessoas físicas com renda mensal de até 2 salários mínimos (R$ 2.640) ou que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
O governo estima que cerca de 40 milhões de pessoas poderão ser beneficiadas nessa Faixa, renegociando um montante de R$ 50 bilhões em dívidas.
Entre as dívidas que poderão ser renegociadas estão as financeiras e de consumo, água, luz, telefone e varejo.
Poderão ser renegociados valores de até R$ 5 mil, parcelados em até 60 vezes. A taxa de juros é de 1,99% ao mês e a parcela mínima de R$ 50,00. Para fazer a renegociação vai ser necessária a inscrição nos canais digitais do governo.
Fonte: CNN Brasil