Influenciado pela decisão do Banco Central norte-americano de não mexer nos juros, o dólar caiu para menos de R$ 5 e fechou no menor valor desde o fim de setembro. A bolsa de valores teve forte alta e atingiu o maior nível em duas semanas.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (1º) vendido a R$ 4,973, com queda de R$ 0,068 (-1,36%). A cotação chegou a operar com estabilidade na primeira hora de negociação, mas passou a despencar após a abertura dos mercados norte-americanos, até fechar próxima das mínimas do dia.
Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana está no menor valor desde 25 de setembro, quando tinha fechado em R$ 4,96. A divisa acumula queda de 5,81% em 2023.
No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 115.053 pontos, com alta de 1,69%. O indicador alcançou o patamar mais alto desde 17 de outubro.
Em todo o mundo, o mercado financeiro teve um dia de alívio após o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) manter os juros básicos da maior economia do planeta entre 5% e 5,25% ao ano. Apesar da expectativa de que o órgão eleve a taxa antes do fim do ano, os investidores consideraram cauteloso o tom usado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, que não demonstrou uma intenção explícita de elevar os juros.
Taxas menos altas em economias avançadas estimulam a migração de recursos para países emergentes, como o Brasil. Isso porque as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano de cinco e dez anos, considerados os investimentos mais seguros do mundo, despencaram. No início de outubro, esses juros chegaram a atingir os maiores níveis desde 2007.
Mesmo com o agravamento do conflito entre Israel e o grupo Hamas, o mercado financeiro ainda não sofreu turbulências significativas porque a guerra, a menos que se alastre pelo Oriente Médio, tem pequeno impacto na produção de petróleo.
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- Brasil tem recorde de produção de petróleo e gás em setembro
O Brasil atingiu recorde na produção de óleo e gás no mês de setembro, com a extração de 4,666 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O recorde anterior tinha sido em julho deste ano, com 4,482 milhões de barris diários. Os dados fazem parte do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural, divulgado nesta quarta-feira (1º) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em relação ao petróleo, a produção foi de 3,672 milhões de barris por dia, com aumento de 6,1% na comparação com o mês anterior e de 16,7% em relação a setembro de 2022. A maior produção registrada anteriormente tinha sido em julho de 2023, com 3,513 milhões diários.
A produção de gás natural em setembro foi de 157,99 milhões de metros cúbicos por dia, um acréscimo de 6,9% em relação ao mês anterior e de 10,4% na comparação com setembro do ano passado. O recorde anterior tinha sido em julho de 2023, com 154,076 milhões.
A extração dos combustíveis fósseis no mar é imensamente superior à dos campos terrestres. Os poços marítimos produziram 97,6% do petróleo e 87,2% do gás natural.
Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio, foram responsáveis por 89,02% do total produzido. Já os campos de operação exclusiva da estatal responderam por 24,4% da produção nacional.
O óleo e gás extraídos do pré-sal respondem por 77% da produção brasileira. Foram 3,594 milhões de barris por dia. Uma alta de 9,5% em relação ao mês. Essa produção é proveniente de 144 poços.
No mês de setembro, o campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás, com 902,40 mil barris diários de petróleo.
De cada 100 barris produzidos no Brasil, 86 saem de reservatórios geograficamente ligados ao Rio de Janeiro. O Rio também lidera a produção de gás natural, com 75% do montante extraído. São Paulo é o segundo estado no ranking da produção, tanto de petróleo, quanto de gás.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, com base em dados compilados em julho de 2023, o Brasil é o nono maior produtor de petróleo do mundo e o primeiro da América Latina. Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita, na ordem, são os três principais. Juntos, os três países respondem por mais de 40% da produção global.
Fonte: Agência Brasil