O primeiro dia de provas do Enem teve abstenção de 28,1% dos candidatos inscritos no exame, nível estável ao observado no ano passado (28,3%), segundo informações divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC).
O resultado considera a apuração de 98,3% dos dados.
Assim, o MEC também concluiu que houve a presença de 71,9% dos candidatos nas provas de linguagens, ciências humanas e redação, aplicadas hoje.
O estado com maior abstenção foi o Amazonas, com 44%. Em segundo lugar, o Acre, com 33,2%. Já Sergipe foi o estado com menor ausentes, ficando abaixo da média, 24,6%. São Paulo, que tinha preocupação com as escolas onde faltava energia, ficou com 26% de faltosos.
Foram confirmadas 3.939.242 inscrições para o Enem 2023. Comparados aos dados do ano passado, 2023 teve 13,1% a mais de inscrições confirmadas e 0,2% a menos de abstenção. Os números ainda podem mudar, já que a apuração do MEC ainda não foi concluída.
Neste domingo, 4.293 participantes foram eliminados do exame por desrespeitar regras do edital como portar equipamentos eletrônicos durante a realização das provas, sair da sala antes do horário mínimo permitido ou não atender a orientações de fiscais.
Outros 905 foram afetados por problemas logísticos como emergências médicas, interrupção temporária do fornecimento de energia ou falta de água.
Os dados do MEC foram informados em coletiva de imprensa na noite deste domingo.
Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, mais de 60% das pessoas inscritas no exame são mulheres. Além disso, pela primeira vez, a maior quantidade de candidatos é do Nordeste do país.
Ele ainda destacou que, pela primeira vez, em 25 anos, a prova foi colorida: “Para facilitar para pessoas daltônicas, tudo foi estudado pela equipe”. Além disso, também foi a primeira vez que o cartão-resposta foi ampliado para pessoas com deficiência visual.
O primeiro dia de provas do Enem abordou temas como inclusão, equidade de gênero, diversidade, racismo e desigualdades social e econômica. A escolha dos assuntos foi elogiada à CNN por professores que analisaram e compararam diversos aspectos da avaliação deste domingo.
“De maneira geral, a prova teve temas muito atuais e pertinentes, como Paulo Freire, por exemplo. A prova deste ano trouxe temas muito relevantes para os cenários brasileiro e internacional”, avaliou Karoline Barreto, professora de artes do Sistema Positivo de Ensino.
A prova foi aplicada em todo o Brasil pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC.
- Economista é a pessoa mais sabida do mundo, ironiza Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou os economistas e opositores ao dizer que são as pessoas “mais sabidas do mundo”. O petista tem sido questionado por frases controversas na área econômica, como quando disse que “dificilmente” cumprirá a meta fiscal para 2024. Em visita à sala de controle do Enem, afirmou que poderia se inscrever no exame para fazer uma faculdade Economia.
“Quem sabe qualquer dia desses eu até me inscrevo para fazer um curso de economia porque economia tá sempre todo mundo muito sabido. Eu digo que economista é a pessoa mais sabida do mundo”, afirmou.
Sobre os opositores, Lula disse que quando se está na oposição “a gente sabe de tudo”, mas quando entra no governo “parece que desaprendemos”.
“Porque quando a gente está na oposição a gente sabe tudo e quando a gente está no governo parece que a gente desaprende e as coisas não aparecem com muita facilidade”, declarou.
O presidente entrou em rota de colisão com o discurso da equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando disse que “dificilmente” será possível cumprir a meta de deficit primário em 2024.
Lula foi perguntado novamente sobre a meta de deficit, mas não quis responder sobre o tema. “A meta você me pergunta na 2ª feira, hoje é dia de Enem”, disse.
Em café com jornalistas em 27 de outubro, o petista afirmou que se a meta for maior que a estabelecida atualmente, não faz diferença e que ele não quer fazer cortes em obras que considera essenciais para o país.
Na última 6ª feira (3.nov), em reunião com ministros da área de infraestrutura, Lula afirmou que dinheiro bom é aquele aplicado em obras e pediu que seus comandados sejam gastadores.
No próximo ano, o PT, partido de Lula, se prepara para eleger mais prefeitos. A sigla deve se apoiar na volta do petista ao Palácio do Planalto para tentar retomar maior relevância no cenário político municipal. Nas últimas eleições municipais, em 2020, o PT elegeu 183 prefeitos. As obras devem ajudar com esse objetivo.
Aos ministros, Lula defendeu na reunião o gasto e a execução de obras como o caminho para gerar mais empregos no país. O chefe do Executivo mencionou ter sancionado na 4ª feira (1º.nov) a lei sobre a retomada de obras na área de educação e saúde.
Fonte: CNN - Poder360