O cancelamento da 45ª Viagem Apostólica do Papa Francisco foi anunciado por meio de uma declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, no início da noite desta terça-feira, 28 de novembro.
Na nota, Matteo Bruni afirma que "embora o quadro clínico geral do Santo Padre tenha melhorado em relação à sua condição gripal e à inflamação do sistema respiratório, os médicos pediram ao Papa que não fizesse a viagem planejada para os próximos dias a Dubai, por ocasião da 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas".
O diretor da Sala de Imprensa declara que "o Papa Francisco aceitou o pedido dos médicos com grande pesar e, portanto, a viagem foi cancelada".
O comunicado enfatiza que "o Papa e a Santa Sé continuam dispostos a fazer parte das discussões que ocorrerão nos próximos dias", e as modalidades pelas quais isso poderá ocorrer serão definidas o mais rápido possível.
- O Papa às vítimas de abuso: esse drama é uma traição à humanidade que Deus nos deu
Um encontro que as vítimas desejavam e que para elas é um grande resultado. Apesar da inflamação pulmonar, que o levou ao cancelamento de vários compromissos, Francisco recebeu o grupo de 26 vítimas francesas dos Irmãos de São Gabriel. Eles tinham entre 7 e 8 anos de idade na época dos fatos, e agora têm entre 65 e 70 anos.
"A subversão dos direitos das crianças por meio da violência e do abuso é uma traição à humanidade que Deus nos deu", escreveu o Papa na mensagem dada às vítimas, explicando que havia pedido à Comissão que ouvisse suas palavras em seu nome e coletasse seus testemunhos para que pudessem fortalecer e inspirar esforços comuns para erradicar o abuso na Igreja e nas comunidades. "Só podemos conseguir isso juntos", ressalta o Pontífice, com "todos fazendo sua parte para quebrar o silêncio dos abusos".
"Esse silêncio", continuou Francisco, citando o percurso exemplar de reconciliação realizado com os irmãos de São Gabriel, "pode ser rompido se a própria instituição mostrar abertura para ouvir o que as vítimas e os sobreviventes têm a dizer". O bispo de Roma concluiu assegurando às vítimas seu compromisso inegociável de implementar e monitorar medidas de proteção e formação para o clero, bem como um ambiente seguro nas escolas.
Fonte: Vatican News