Economia

Ibovespa recua 0,14% à espera da Super Quarta; dólar sobe a R$ 4,93





Mercados aguardam por decisões dos juros nos Estados Unidos e no Brasil

Ibovespa e dólar fecharam com leves variações para baixo e para cima, respectivamente, nesta segunda-feira (11), com investidores em compasso de espera pela “Super Quarta”, quando serão apresentados os novos passos das políticas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.

Por lá, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) mantenha as taxas no atual intervalo de 5,25% e 5,50% — o maior patamar em mais de duas décadas.

No Brasil, as apostas estão em nova queda de 0,50 ponto percentual (p.p.) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), trazendo a Selic ao patamar de 11,75% ao ano.

O Ibovespa fechou com queda de 0,14%, aos 126.916 pontos, contrariando as altas das bolsas em Wall Street.

A expectativa no cenário internacional deu força ao dólar, que fechou com alta de 0,15% ante o par brasileiro, negociado a R$ 4,936, em linha com a valorização dos Treasuries — os papéis do Tesouro norte-americano.

Juros no radar

A semana será definitiva para juros ao redor do mundo. Além de EUA e Brasil na quarta-feira (13) o Banco Central Europeu (BCE) publica na quinta (14) a sua decisão monetária.

No cenário norte-americano, mais do que o resultado, as atenções se voltam ao discurso do presidente da entidade, Jerome Powell, que pode dar novas pistas sobre a estratégia de encerrar o ciclo de alta e iniciar a queda dos juros a partir do próximo ano.

O mercado também espera pelo recado que o BC dará junto com a decisão, que deve indicar as expectativas para o cenário do próximo ano.

Ainda na pauta de agendas, nesta terça-feira (12) serão publicados dados da inflação de novembro no Brasil e nos Estados Unidos, com as divulgações do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), respectivamente.

Agenda do Congresso

Em Brasília, o Congresso vive uma corrida contra o tempo para aprovar pautas econômicas que podem viabilizar a meta fiscal de déficit zero no ano que vem. Entre elas, estão a MP da subvenção do ICMS, a taxação das apostas esportivas, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 e a reforma tributária.

Também está no radar, a convocação pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) de uma paralisação de 24 horas a partir de quarta-feira.

Serão discutidas a entrega de cargos comissionados e a indicação de greve por tempo indeterminado, em meio a reivindicações de maior valorização da categoria.

Destaques do pregão

As ações do GPA (PCAR3) lideraram a ponta negativa e caíram 6,70% após a varejista anunciar que começou os trabalhos para uma potencial oferta primária de papéis no valor estimado de R$ 1 bilhão. A empresa também propôs uma nova formação para o conselho de administração.

Na semana passada, a companhia realizou um evento com analistas e investidores, no qual reforçou compromisso de reduzir o seu nível de endividamento.

Os papéis da Braskem (BRKM5) também foram destaque com perca 4,71% com agentes financeiros analisando os potenciais efeitos do rompimento na mina 18 da petroquímica em Maceió. 

A companhia também está avaliando uma revisão de um acordo de R$ 1,7 bilhão assinado com a prefeitura da capital de Alagoas de compensação por danos com o afundamento do solo da cidade.

As ações da Vale (VALE3), com maior peso no Ibovespa, fecharam praticamente estáveis, com alta de 0,07%, com a queda de 0,37% do minério em Dalian.

Já os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 0,38%, com leve alta do petróleo no mercado global. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 0,25%, a US$ 76,03 o barril.

 

Confira outras notícias

- Brasil criou 16 novas empresas por dia útil em agosto 

Em agosto deste ano, 367.339 novos registros de CNPJs foram abertos no Brasil, uma média de 16 empreendimentos por dia útil, segundo o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian. O número representa uma alta de 0,4% em comparação ao mesmo período de 2022. Na análise por regiões, Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram aumento em relação ao ano anterior.

Na avaliação por setores, a categoria serviços foi a escolha predominante para iniciar um novo empreendimento, superando os segmentos de comércio e indústria. "Na conjuntura atual, marcada pela diminuição do índice de desemprego, observamos o surgimento de empresas impulsionado pela inclinação empreendedora do que pela urgência. Uma parcela significativa dos cidadãos brasileiros nutre o desejo de empreender, buscando não apenas flexibilidade e independência, mas também realização pessoal e a construção de um legado", analisou, em nota, o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.

Em relação à natureza jurídica, os microempreendedores individuais (MEIs) representaram a maior parcela de empresas criadas (271.531). Em seguida, estavam as sociedades limitadas (76.942) e empresa individual (10.196).

No mês de agosto, São Paulo se destacou entre as unidades federativas, com a criação de 110.212 novos CNPJs, liderando a lista. Em seguida vieram Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

Metodologia

Para o levantamento do Nascimento de Empresas, foi considerada a quantidade mensal de novas empresas registradas nas juntas comerciais de todas as unidades federativas do Brasil, bem como a apuração mensal dos CNPJs consultados pela primeira vez à base de dados da Serasa Experian.

 

Fonte: CNN - Agência Brasil