O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (13), dia marcado pela expectativa dos investidores em relação aos rumos dos juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define a nova Selic, taxa básica de juros, hoje em 12,25% ao ano. A expectativa é de que haja um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando a taxa a 11,75% ao ano, o menor patamar em quase dois anos.
Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu manter seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado e foi unânime, mas esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.
Neste mesmo cenário, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em leve alta.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,59%, vendida a R$ 4,9659.
Às 17h40, o Ibovespa subia 2,59%, aos 129.678 pontos.
No dia anterior, o índice fechou em baixa de 0,40%, aos 126.403 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
No cenário interno, as perspectivas são bastante otimistas para o futuro da taxa Selic. Isso porque as decisões sobre os juros são tomadas com base na trajetória da inflação. De forma simples, se a inflação está pressionada e subindo, o Copom eleva os juros para conter o avanço dos preços. Já quando a inflação desacelera, fica viável que os juros caíam também.
Atualmente, a inflação brasileira, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostra uma trajetória benigna. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que os preços medidos pelo IPCA subiram 0,28% em novembro, contra alta de 0,24% no mês anterior.
No acumulado em 12 meses, a inflação é de 4,68% e, no ano, acumula alta de 4,04%. Em ambos os intervalos, a inflação está dentro do intervalo da meta do BC para 2023, que pode oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Em análise, a XP Investimentos considerou que, desde a última reunião do Copom, no começo de novembro, as notícias foram benignas para a inflação de curto prazo, com queda das taxas de juros em países desenvolvidos, com recuo da inflação e dos preços do petróleo.
"O principal risco, a nosso ver, continua no lado fiscal. Notícias recentes sugerem novas despesas fora dos limites do arcabouço recentemente aprovado, e menos contingenciamento orçamentário se a meta fiscal estiver sob risco de não ser atingida", diz a instituição em comunicado.
"Esses sinais reforçam a nossa visão de que a política fiscal tem um viés expansionista, o que tende, em algum momento, a pressionar as expectativas de inflação", prosseguiu.
Neste contexto, assim como a maior parte do mercado, a expectativa da XP é que o Copom opte por promover um novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, no que seria a quarta queda consecutiva.
"É dado como certo os próximos dois cortes de 0,5 p.p. nas duas próximas reuniões e em 2024 poderemos ver algumas demonstrações com relação a aceleração nos cortes. Até lá, a discussão será até onde poderá ir esse corte de juros", comenta Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Ainda no cenário doméstico, o presidente Lula sancionou a lei que taxa fundos exclusivos e offshores. Já o projeto de lei que estabelece regras para o mercado de apostas esportivas foi aprovado pelo Senado. As duas propostas têm como objetivo aumentar a arrecadação federal.
Voltando aos juros nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), manteve os juros do país inalterados nesta quarta-feira, em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.
A decisão já era esperada pelo mercado e veio após o comitê ter mantido o mesmo referencial na última reunião, em novembro. Em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) informou que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica do país "desacelerou em relação ao ritmo forte registrado no terceiro trimestre".
A afirmação representa uma atualização frente ao último comunicado, em novembro, quando o colegiado destacou o avanço do ritmo da atividade econômica. Entre julho e setembro, o PIB norte-americano subiu a uma taxa anual de 4,9%, o maior crescimento desde 2021.
Outra mudança está no trecho em que o Fomc menciona a inflação. O colegiado reafirmou que a taxa segue elevada nos Estados Unidos, mas, dessa vez, reconheceu que "a inflação diminuiu no último ano".
A inflação de novembro, divulgada ontem, subiu 0,1% na maior economia do mundo, enquanto as projeções eram de estabilidade dos preços. A inflação anual caiu de 3,2% para 3,1%, enquanto a meta do Fed é de 2%.
A expectativa é que o Fed só inicie um ciclo de cortes nas taxas em meados de 2024.
Confira outras notícias
- Fed mantém taxa de juros de 5,25% a 5,50% nos EUA
O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) anunciou nesta 4ª feira (13.dez.2023) a manutenção dos juros norte-americanos. A decisão foi unânime. Com isso, a taxa continua no patamar de 5,25% a 5,50%. Eis a íntegra do comunicado do Fed (PDF – 173 kB, em inglês).
De março de 2022 a maio de 2023, o Banco Central norte-americano subiu a taxa de juros em 5 p.p (pontos percentuais). Em junho, interrompeu a sequência do aumento de taxa depois que a inflação desacelerou.
Em comunicado, o Fed afirmou que “continuará a avaliar informações adicionais e as implicações delas para a política monetária”. As autoridades do Banco Central norte-americano projetaram que reduzirão as taxas de juros 3 vezes em 2024.
A meta de inflação dos EUA é de 2% ao ano. Em novembro, a inflação anual norte-americana caiu para 3,1%, queda de 0,1 ponto percentual em relação a outubro. Segundo o BLS (Bureau of Labor Statistics, em inglês), a taxa de todos os itens, com exceção de alimentos e energia, aumentou 4% nos últimos 12 meses, mesmo percentual registrado em outubro.
O anúncio do Fed desta 4ª feira (13.dez) foi de acordo com a expectativa do mercado, que esperava a manutenção da taxa no intervalo de 5,25% a 5,50%.
A economia norte-americana criou 199 mil empregos não-agrícolas em novembro, acima das 180 mil vagas esperadas para o período e dos números prévios de 150 mil. Já a taxa de desemprego ficou em 3,7% da força de trabalho, ante 3,9% de projeções e dados anteriores.
- PIS/Pasep 2024 começa a ser pago em 15 de fevereiro
Cerca de 24 milhões de pessoas que trabalharam com carteira assinada em 2022 poderão sacar R$ 22,6 bilhões do abono salarial de fevereiro a agosto do próximo ano. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou nesta quarta-feira (13) o calendário do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) para 2024.
Segundo o Codefat, o abono salarial do próximo ano será pago a 24,67 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, 21,95 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão R$ 19,8 bilhões do PIS e 2,72 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito a R$ 2,7 bilhões do Pasep. O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal e o Pasep, pelo Banco do Brasil.
Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento, no caso do PIS, e no número final de inscrição, no caso do Pasep. O saque terá início nas datas de liberação dos lotes e acabará em 27 de dezembro de 2024. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho e Previdência.
Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, 5 anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2022. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 108,50, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, previsto para R$ 1.413 no próximo ano, segundo o relatório setorial do Orçamento Geral da União de 2024.
Saque do PIS, pago pela Caixa
Para trabalhadores de empresas privadas
Nascidos em Recebem a partir de Recebem até
Janeiro 15/2/2024 27/12/2024
Fevereiro 15/3/2024 27/12/2024
Março e abril 15/4/2024 27/12/2024
Maio e junho 15/5/2024 27/12/2024
Julho e agosto 17/6/2024 27/12/2024
Setembro e outubro 15/7/2024 27/12/2024
Novembro e dezembro 17/8/2024 27/12/2024
Saque do Pasep, pago pelo Banco do Brasil
Para quem trabalhou em empresas públicas
Final da inscrição Recebem a partir de Recebem até
0 15/2/2024 27/12/2024
1 15/3/2024 27/12/2024
2 e 3 15/4/2024 27/12/2024
4 e 5 15/5/2024 27/12/2024
6 e 7 17/6/2024 27/12/2024
8 15/7/2024 27/12/2024
9 17/8/2024 27/12/2024
Fonte: Codefat
Trabalhadores da iniciativa privada com conta corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.
Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser realizado com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.
O pagamento do abono do Pasep ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade nos terminais de autoatendimento e no portal www.bb.com.br/pasep ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.
Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente 2 anos após o trabalho com carteira assinada.
Fonte: g1 - Poder360 - Agência Brasil