Economia

Bolsa sobe, passa de 131 mil pontos e renova recorde; dólar cai a R$ 4,905





O Ibovespa subiu 0,68% e chegou hoje aos 131.083,82 pontos. É o maior patamar da história, batendo o recorde nominal alcançado no último dia 14. Em dezembro, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) já saltou 2,95%.

Já o dólar caiu 0,65% e fechou o dia vendido a R$ 4,905. No mês, a moeda americana acumula perdas de 0,21% frente ao real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

Mercado ainda repercute a aprovação da reforma tributária. Na sexta (15), a proposta passou pela Câmara dos Deputados com placar de 371 a 121 em primeiro turno e de 365 a 118 em segundo. O avanço do projeto — uma das principais pautas do governo Lula (PT) — é "uma coisa interessante e positiva para o real", explicou à Reuters Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.

Investidores aguardam pela ata do Copom, que sai amanhã (19). Na semana passada, o Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano. Segundo o BC, "o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia", que mantém a trajetória de desinflação.

Perspectiva de queda nos juros nos EUA segue no radar. Além de manter os juros na faixa de 5,25% a 5,5%, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) ainda sinalizou três cortes em 2024. "As apostas de início de cortes de juros já no primeiro trimestre de 2024 vão ganhando força", disse a equipe econômica do banco Inter em nota divulgada hoje.

Juros mais baixos nos EUA costumam beneficiar o real e a Bolsa. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir as taxas em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

O mercado avalia as negociações envolvendo a reforma tributária. Com um fiscal mais robusto, há chances de mais quedas do dólar contra o real. (...) Se não tivermos nenhum imprevisto, acredito que o Ibovespa ainda pode continuar subindo nos pregões finais de 2023. O estrangeiro segue trazendo recursos para o Brasil, e muitos gestores querem garantir uma boa cota para seus fundos.
Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed

O Congresso aprovou a reforma tributária, que deve ser promulgada nesta quarta-feira [20], mas ainda precisam ser concluídas votações importantes, como da LDO, além da regulamentação das apostas esportivas e da MP da Subvenção, medidas de arrecadação essenciais para o governo tentar atingir a meta [de déficit] zero no ano que vem.
Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso

Fonte: UOL