O Ibovespa fechou esta terça-feira (26) renovando o recorde. Pela primeira vez, a bolsa brasileira encerrou o pregão acima dos 133 mil pontos.
O Índice acionário de referência da bolsa brasileira, subiu 0,59%, a 133.532,92 pontos, um novo recorde de fechamento. Na máxima, alcançou 133.644,65 pontos, recorde histórico intradiário, e, na mínima, ficou em 132.752,96 pontos.
O resultado veio apoiado, principalmente, pelas “blues chips” Petrobras, Vale e Itaú Unibanco, e diante de novos ganhos em Wall Street com expectativas de corte de juros nos Estados Unidos já em março.
Esteve no radar do mercado as novas medidas que devem ser apresentadas ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O objetivo das propostas seria de auxiliar o governo a atingir o déficit zero em 2024.
O ministro havia dito na semana passada que poderia mandar hoje o pacote ao Congresso. Nesta manhã, no entanto, disse que o envio das medidas será feito “assim que estiverem prontas”.
Ainda no cenário doméstico, investidores repercutem os novos números do Boletim Focus, que reúne expectativas dos agentes com relação à atividade econômica. O relatório divulgado no início da manhã mostra redução na projeção para a inflação e a taxa Selic em 2024.
No exterior, o foco dos investidores retorna para as apostas sobre cortes de juros mais cedo nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central do país. Segundo dados do CME Group, a grande maioria (75%) dos analistas aposta em uma redução das taxas já em maio do ano que vem.
O dólar à vista emplacou nesta terça-feira a terceira sessão consecutiva de baixa no Brasil, em sintonia com a queda da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em um dia marcado pela alta firme de commodities como petróleo e minério de ferro e pela liquidez reduzida após o Natal.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8225 reais na venda, em baixa de 0,80%. Em dezembro, a moeda norte-americana acumula queda de 1,89%.
Como era de se esperar para a última semana do ano, espremida entre o Natal e o Ano Novo, o volume de negócios foi reduzido nos mercados — alguns deles nem abriram em função do “Boxing Day”, feriado adotado por vários países, em especial os de língua inglesa.
Os rendimentos do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — se mantiveram na maior parte do dia em leve baixa, o que também favorecia o viés negativo para a divisa dos EUA ante outras moedas.
A alta dos preços de commodities como o minério de ferro e o petróleo, de acordo com João Ferreira, sócio da One Investimentos, também contribuía para a queda do dólar no Brasil.
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- Investimentos no Tesouro Direto somam R$ 2,88 bilhões em novembro
As vendas de títulos do Tesouro Direto superaram os resgates em R$ 278,7 milhões no mês de novembro, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Tesouro Nacional. Ao todo, foram comprados no mês passado R$ 2,88 bilhões em títulos da dívida pública brasileira. Os resgates, por sua vez, totalizaram R$ 2,6 bilhões.
Os títulos mais procurados pelos investidores segue sendo o Tesouro Selic, que corresponderam a 70,4% do total de compras (R$ 2,03 bilhões). O interesse por papéis vinculados aos juros básicos ainda é justificado pelo alto nível da taxa Selic.
Em março de 2021, o Banco Central (BC) começou a elevar a Selic. A taxa - que estava em 2% ao ano, no menor nível da história - saltou para 13,75% ao ano. Em agosto deste ano, o BC iniciou o ciclo de redução da Selic, hoje em 11,75%. Mesmo com a expectativa de queda dos juros básicos no próximo semestre, os investidores continuam a comprar esses títulos.
Já os papéis vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) tiveram participação de 19,7% nas vendas, enquanto os prefixados - com juros definidos no momento da emissão - representaram 9,8%.
Criado há um ano, o Titulo RendA+, papéis de longo prazo voltado aos investidores que buscam incrementar a aposentadoria, teve aporte de R$ 73,6 milhões em novembro, 2,6% do total para o mês. Já o EducA+, lançado em agosto e voltado a quem deseja financiar estudos futuros, somou R$ 27,6 milhões em vendas, ou 1% do total.
Mais da metade das vendas (52,9%) se concentraram em títulos com vencimento entre cinco e dez anos. As aplicações em títulos com vencimento acima de dez anos representaram 11,6%, enquanto os títulos com vencimento de um a cinco anos corresponderam a 35,5% do total, informou o Tesouro Nacional.
Quanto ao número de investidores, 414.911 novos participantes cadastraram-se no programa no mês passado. O número de investidores atingiu 26.606.263, alta de 20,7% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos - com operações em aberto - chegou a 2.443.675 em novembro, com adição de 16.587 investidores.
O Tesouro Nacional destacou que, dos novos investidores cadastrados, 9,8% estão na faixa etária de até 15 anos, o que órgão atribui ao recente lançamento do Tesouro Educa+.
A procura do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 1 mil, que corresponderam a 64,1% do total de 511.148 operações ocorridas em novembro. O valor médio por operação foi de R$ 5.634,90.
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar a aplicação e permitir que pessoas físicas adquirissem títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional - pela internet - sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.
Fonte: CNN - Agência Brasil