O Ibovespa inverteu o sinal e fechou para queda, mesma direção do dólar, nesta quarta-feira (24), com investidores digerindo dados das atividades da economia dos Estados Unidos acima do esperado em meio às realocações de expectativas para o início da queda dos juros por lá ainda no primeiro trimestre.
Os mercados viram com cautela as leituras econômicas norte-americanas, que podem ajudar a indicar se a atividade e a inflação esfriaram o suficiente para permitir um afrouxamento monetário por parte Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).
Ainda na cena internacional, o mercado acompanhou anúncios da China, com o banco central do país reduzindo a taxa de compulsório na maior intensidade em dois anos.
O Banco do Povo da China reduzirá a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas, chamada de taxa de compulsório, a partir de 5 de fevereiro, em um sinal de que as autoridades estão se esforçando para sustentar a recuperação econômica do país.
Diante destas pressões, o principal indicador do mercado doméstico perdeu 0,35%, fechando aos 127.815 pontos, revertendo o clima positivo visto na maior parte do dia, chegando a recuperar por momentos o patamar dos 129 mil pontos.
Já o dólar emplacou a segunda sessão consecutiva de baixa ante o real, em sintonia com a queda da divisa dos EUA no exterior e ao avanço de commodities como o minério de ferro, após a China anunciar medidas para estimular sua economia.
A divisa encerrou a sessão com baixa de 0,47%, negociada a R$ 4,932 na venda. Em dois dias, a moeda acumulou queda de 1,12%. Ainda assim, em janeiro o dólar acumula elevação de 1,66%.
Desde a madrugada, com os mercados asiáticos abertos, os ativos em todo o mundo reagiam à notícia de que autoridades chinesas estão avaliando medidas para estabilizar seu mercado de ações. O plano incluiria o uso de 2 trilhões de iuanes (US$ 278,53 bilhões/R$ 1,37 trilhão), principalmente de estatais, para compra de ações.
Também durante a madrugada no Brasil, o banco central chinês anunciou a redução dos compulsórios — recursos que os bancos devem manter como reservas — a partir de 5 de fevereiro, em 50 pontos-base, em medida que liberará para o mercado de crédito 1 trilhão de iuanes (US$ 139,45 bilhões/R$ 687,4 bilhões).
Em março e setembro do ano passado, o BC chinês já havia promovido cortes de 25 pontos-base dos compulsórios.
A movimentação da China para acelerar sua economia favoreceu ao redor do mundo ativos como o minério de ferro — importante produto de exportação da pauta brasileira —, os índices de ações da Europa e da Ásia e as moedas de países exportadores de commodities, como o real.
O movimento fez a Vale (VALE3) subir 1,01%. No mesmo segmento, Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) valorizaram 3,82% e 2,3%, respectivamente.
Na contramão, Petrobras (PETR4) encerrou com perda de 0,76%
Fonte: CNN