Economia

Ibovespa fecha semana com perda de 1,38% após dados dos EUA; dólar sobe 1%, a R$ 4,96





Economia norte-americana mostra resiliência em janeiro e mina expectativas de corte antecipado de juros pelo Fed

O Ibovespa encerrou em queda e o dólar registrou alta consistente ante o real nesta sexta-feira (2), em linha com movimento internacional, depois que um importante relatório de emprego dos Estados Unidos superou todas as expectativas e minou apostas de corte antecipado dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).

O principal índice do mercado doméstico teve queda de 1,01%, aos 127.182 pontos. Com o resultado, o Ibovespa fecha a semana com perda de 1,38%. Em janeiro, a bolsa brasileira teve desvalorização de 4,79%, o pior desempenho mensal desde agosto do ano passado, quando perdeu 5,09%.

O desempenho negativo da sessão foi reforçado pela queda das companhias com maior peso no Ibovespa diante do recuo de commodities. As ações da Vale (VALE3) perderam 2,03% na sessão, a quinta sessão seguida de perdas, enquanto Petrobras (PETR4) cedeu 1,3%. Na direção oposta, Itaú (ITUB4) valorizou 0,15%

Após três sessões em queda, o dólar voltou a mostrar força ante o real, com alta de 1,04%, negociado a R$ 4,966. A divisa soma valorização de 1,12% na semana, enquanto em janeiro o salto foi de 1,79%.

A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos acelerou em janeiro, provavelmente porque a resiliência da economia e a forte produtividade dos trabalhadores incentivaram as empresas a contratar e manter mais funcionários, uma tendência que pode proteger a economia de uma recessão este ano, mas influenciar o Federal Reserve, banco central dos EUA, a adiar cortes de juros.

A economia norte-americana abriu 353 mil vagas de trabalho no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira, superando todas as expectativas: a mediana dos economistas consultados pela Reuters previa abertura de 180 mil postos de trabalho em janeiro, com as projeções variando de 120 mil a 290 mil.

Probabilidades implícitas em contratos de juros futuros dos EUA mostravam apenas 20% de chance de um corte de taxa pelo Fed em março — cenário que, no final do ano passado, era visto como praticamente garantido.

Na quarta-feira (31), o banco central norte-americano deixou a taxa básica de juros inalterada, mas deu um passo importante para reduzi-la nos meses à frente ao retirar uma referência de longa data a possíveis novos aumentos nos custos de empréstimos.

Por outro lado, o presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse que o Fed precisará ver mais dados favoráveis para ter certeza de que é hora de reduzir a taxa básica de juros, o que minou as apostas num início em março para o afrouxamento monetário. Agora, maio é visto como mais provável.

Quanto mais tarde o Fed começar a reduzir os juros, mais o dólar tende a se beneficiar, já que investimentos de renda fixa denominados na moeda ficam mais atraentes em termos de rentabilidade. 

Ao mesmo tempo, sinais de resiliência da economia — como o robusto relatório de empregos desta sexta — são argumentos a favor da visão de que o banco central dos EUA não encerrou sua luta contra a inflação e precisa esperar antes de afrouxar a política monetária.

 

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Produção média de petróleo e gás bate recorde em 2023, informa ANP

A produção média anual de petróleo e gás natural do Brasil atingiu recorde de 4,344 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), no ano passado, 11,69% acima do recorde anterior, alcançado em 2022. Foi a primeira vez que a produção média anual nacional atingiu uma marca acima dos 4 milhões de boe/d, informou o Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de dezembro de 2023, divulgado nesta sexta-feira (2) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Foram registrados recordes também nas produções separadas de petróleo, com 3,402 milhões de barris por dia (bbl/d), 12,57% acima do valor de 2022 (3,022 milhões de bbl/d); e de gás natural, com 150 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), cerca de 8,7% maior do que a observada no ano anterior (138 milhões de m³/d).

Na região do pré-sal, também o volume médio produzido em 2023 foi o maior já registrado, com 3,304 milhões de boe/d, correspondendo a 75,18% da produção nacional.

Dezembro

No mês de dezembro do ano passado, foram produzidos 4,570 milhões de boe/d de petróleo e gás natural. De forma isolada, a produção de petróleo somou 3,585 milhões de bbl/d, com diminuição de 2,5% com relação a novembro de 2023 e aumento de 16,6% em comparação a dezembro do ano anterior; e a de gás natural atingiu 156,618 milhões de m³/d, redução de 3,4% comparando com o mês anterior e mostrando expansão de 11,8% em relação ao mesmo mês de 2022.

A produção do pré-sal, oriunda de 150 poços, foi de 2,742 milhões de bbl/d de petróleo e 118,34 milhões de m³/d de gás natural, totalizando 3,487 milhões de boe/d. De acordo com a ANP, ocorreu redução de 2,7% em relação ao mês anterior e aumento de 16,8% comparativamente a igual mês de 2022. Em dezembro, a produção do pré-sal correspondeu a 76,3% do total produzido no Brasil.

No último mês do ano passado, o aproveitamento de gás natural foi de 97,8%, disponibilizando ao mercado 51,77 milhões de m³/d de gás. Já a queima envolveu 3,39 milhões de m³/d, com queda na comparação com o mês anterior (7,4%) e com o mesmo mês de 2022 (8,5%).

Os campos marítimos produziram 97,7% do petróleo e do gás natural do país. A produção ocorreu em 6.546 poços, sendo 539 marítimos e 6.007 terrestres. Os campos operados pela Petrobras, em consórcio ou não, produziram 88% do petróleo e gás natural. Já os campos operados pela empresa estatal com participação exclusiva (100%) produziram 24,7% de ambos os hidrocarbonetos.

Destaques

Em dezembro de 2023, o campo que mais produziu petróleo e gás natural foi Tupi, na Bacia de Santos, com média de produção de 804,44 mil bbl/d de petróleo e de 40,01 milhões de m³/d de gás natural. Já o campo com maior número de poços produtores foi Estreito, na Bacia Potiguar, com 865 poços. O campo marítimo com mais poços produtores foi Tupi, com 60 poços.

A ANP destaca ainda que a instalação com maior produção de petróleo e de gás natural no mês de dezembro foi o FPSO Guanabara, no Campo de Mero, que produziu 179.380 de bbl/d de petróleo e 11,63 milhões de m³/d de gás.

 

Fonte: Agência Brasil - CNN