O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subiu 2,21% e chegou hoje aos 130.416,31 pontos. É a maior alta diária em quase dois meses, desde 13 de dezembro, quando o Ibovespa havia saltado 2,42%. Em fevereiro, o índice acumula ganhos de 2,09%.
Já o dólar caiu 0,38% e fechou o dia vendido a R$ 4,963, depois de duas altas consecutivas. No mês, a moeda americana ainda tem valorização de 0,51% frente ao real.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
Dólar teve ajuste técnico após 'estresse' e alta na véspera. Analistas atribuem a queda de hoje a um movimento natural após os ganhos das últimas sessões. Ontem, o mercado reagiu às falas de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), que havia dito no domingo (4) que o Banco Central americano deveria ser "prudente" ao decidir quando cortar os juros, hoje entre 5,25% e 5,5% ao ano.
Mercado também repercutiu ata da última reunião do Copom. O documento reforça que as incertezas exteriores justificam a cautela adotada na redução dos juros básicos (Selic), que caíram para 11,25% ao ano na semana passada. "O BC continua com sua abordagem prudente e relativamente muito confortável com a estratégia atual", disse à Reuters Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.
Manutenção do atual ritmo de queda da Selic beneficia o real. O fato de o BC sinalizar um novo corte de 0,5 ponto mantém a atratividade do real para o investidor estrangeiro que faz "carry trade". É uma estratégia que consiste em tomar empréstimos em países de taxas baixas (como os EUA, por exemplo) e investir o dinheiro em mercados mais rentáveis, com o objetivo de lucrar com o diferencial de juros.
O BC manteve a sinalização de novos cortes de 0,5 ponto percentual na taxa Selic nas próximas reuniões, sem surpresas em relação ao comunicado divulgado semana passada. Deixou claro mais uma vez a preocupação com pressões inflacionárias globais e com a inflação de serviços no Brasil, que mostra resiliência, segundo o Copom.
Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco
Fonte: UOL