Economia

Ibovespa fecha estável, acima dos 130 mil pontos, com política de juros dos EUA; dólar sobe a R$ 4,93





Documento do banco central dos EUA direciona apostas sobre quando será feito um corte de juros

O Ibovespa fechou estável e o dólar teve leve alta ante o real nesta quarta-feira (21), com mercados em todo o mundo analisando a ata do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), que no fim da tarde revelou preocupações entre seus membros com a possibilidade de os cortes juros ocorrerem muito cedo.

Diante da queda em Wall Street, o principal índice do mercado doméstico encerrou o dia com alta de 0,09%, aos 130.031 pontos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,938 na venda, em alta de 0,13%. Com o movimento desta quarta-feira, a moeda norte-americana passou a indicar estabilidade no acumulado de fevereiro.

A sessão foi marcada pela expectativa, tanto no Brasil quanto no exterior, pela divulgação da ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve, durante a tarde.

No documento, o Fed informou que a maior parte dos membros votantes estava preocupada, na última reunião do banco central norte-americano, com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais, com ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos deveriam permanecer no patamar atual.

“Os participantes destacaram a incerteza associada ao tempo que uma postura de política monetária restritiva precisaria ser mantida” para que a inflação voltasse à meta de 2% do Fed, disse a ata.

Os formuladores de política monetária concordaram “de modo geral” que precisavam de “maior confiança” na queda da inflação antes de considerar a possibilidade de cortar os juros, de acordo com a ata, em uma linguagem que parecia enfatizar uma abordagem cuidadosa e talvez mais lenta para os cortes na taxa básica que os participantes do mercado agora esperam que comecem em junho.

“Alguns participantes” citaram o risco de que o progresso em relação à inflação pudesse estagnar se a economia continuasse a ter um desempenho tão forte quanto tem tido, disse a ata.

Cenário doméstico

No Brasil, os investidores acompanham a repercussão das declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que participou de um café da manhã oferecido pela Frente da Economia Verde.

Na ocasião, Campos Neto disse que a taxa de juros no Brasil está “mais perto do equilíbrio” que em outros países emergentes. No entanto, a inflação de serviços tem preocupado. Segundo ele, ainda não há “componentes necessários” para entender se a desinflação nesse setor vai ser mais linear ou mais lenta.

Outro ponto de atenção no dia é o início da reunião dos chanceleres do G20, bloco que reúne as maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro. O destaque do evento está na visita do secretário de estado dos EUA, Anthony Blinken, em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel.

Em Brasília, continua a discussão sobre a reoneração da folha de pagamento.

Pela manhã o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, para discutir a questão. Após o encontro, Haddad não falou com a imprensa.

Fonte: CNN