O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (28), em São Paulo, que controlar a inflação faz parte do combate à pobreza e desigualdades sociais.
“A inflação impacta negativamente os índices de pobreza e atinge de forma desproporcional os mais vulneráveis, aprofundando as desigualdades sociais”, afirmou ao participar da reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20, um fórum de cooperação econômica internacional criado em 1999 e formado por 19 países.
Ele se disse ainda alinhado ao governo federal e reafirmou parte do discurso proferido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que falou antes do presidente do BC. “Lutar contra a pobreza e a desigualdade [representa] o centro das nossas propostas”, enfatizou.
“A melhor contribuição da política monetária para o crescimento sustentável, baixo desemprego, aumento de renda e melhora das condições de vida da população é manter a inflação baixa, estável e previsível”, acrescentou Campos Neto ao defender a importância da estabilidade dos preços para a população.
Segundo o presidente do Banco Central, o trabalho em sincronia das autoridades monetárias proporcionou um momento de estabilidade a nível global.
“Após ação sincronizada dos bancos centrais, tivemos progresso em reduzir a inflação. Mas o processo ainda não acabou. Ainda há riscos pela frente e [há] trabalho para ser feito na reta final”, sustentou.
Para Campos Neto, o aumento do endividamento dos governos durante a pandemia de covid-19 é um tema que precisará ser enfrentado no futuro.
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- Alckmin defende redução de impostos para estimular compra de máquinas pela indústria: 'Melhorar a produtividade
O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu nesta quarta-feira (28) o programa do governo que prevê a redução de impostos com o objetivo de estimular a compra, pela indústria nacional, de máquinas. Para ele, a iniciativa pode "melhorar a produtividade" e fazer a economia do país crescer.
Alckmin – que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – fez as afirmações em entrevista à jornalista Míriam Leitão. O programa com a participação do vice-presidente vai ao ar nesta quarta-feira, a partir das 23h, na GloboNews.
Recentemente, o ministério chefiado por Alckmin enviou ao Congresso umprojeto que prevê o abatimento de impostos para indústrias que investirem na compra de novas máquinas. As reduções serão no Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
A medida que trata da chamada "depreciação acelerada" tenta estimular setores econômicos a investirem em novos equipamentos, aparelhos e instrumentos. Com a modernização das fábricas brasileiras, o governo espera um aumento da produtividade.
"Você [empresário] vai investir em bens de capital, e você vai ganhar produtividade. Temos dois problemas na economia: baixo investimento, baixa produtividade. Você vai ao encontro dos dois. Melhorar investimento, melhorar produtividade. O que é a depreciação superacelerada? Substitua suas máquinas e equipamentos, eu diminuo imposto de renda da pessoa jurídica e diminuo a CSSL", afirmou Alckmin.
Segundo o vice-presidente, o estímulo deve custar aos cofres públicos cerca de R$ 1,7 bilhão neste ano; e mais R$ 1,7 bilhão em 2025.
Desde que Lula assumiu o poder, em janeiro de 2023, a equipe econômica do governo tenta melhorar o desempenho da economia e elevar a arrecadação para zerar o déficit fiscal – meta considerada "ambiciosa" por economistas e especialistas do mercado.
Na próxima sexta-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar o resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
Na entrevista à jornalista Míriam Leitão, Alckmin também comentou sobre as investigações da Polícia Federal acerca de uma suposta tentativa de golpe de Estado que teria sido arquitetada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.
"O presidente Lula salvou a democracia. Se, perdendo, eles tentaram o golpe, imagina se tivessem vencido. Isso é a pior coisa que tem para a própria economia. As ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão. Não dão o pão que prometeram, nem devolvem a liberdade que tomaram", afirmou o vice-presidente.
Fonte: g1 - Agência Brasil