Economia

Ibovespa fecha em alta de 1,2% apoiado por Petrobras e com juros no radar; dólar cai a R$ 4,97





Estatal valoriza mais de 3% após duas quedas seguidas; investidores seguem à espera de Fed e Copom na semana que vem

O Ibovespa fechou em alta e o dólar teve leve queda ante o real nesta terça-feira (12), após dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos não alterarem as expectativas para o ritmo dos juros e com investidores à espera da decisão monetárias nos dois países na próxima semana.

No cenário corporativo local, destaque para a recuperação das ações da Petrobras (PETR4) após duas sessões seguidas de quedas, em meio a reavaliações do risco da companhia após decisão sobre dividendos extraordinários.

O principal índice do mercado doméstico fechou o dia com alta de 1,22%, aos 127.667 pontos, seguindo o bom humor em Wall Street com o S&P 500 atingindo novo recorde de valorização.

O dólar encerrou a sessão com queda de 0,08%, a R$ 4,975 na venda.

Os preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos aumentaram de forma sólida em fevereiro, em meio a custos mais altos de gasolina e moradia, sugerindo alguma rigidez na inflação, mostraram dados nesta manhã.

O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, depois de ter avançado 0,3% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, os preços ao consumidor aumentaram 3,2%, de 3,1% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% no mês e de 3,1% na base anual.

Na semana que vem, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) se encontra para definir a política monetária. Os dados desta sessão não alteraram as apostas de mercado de que o banco central manterá sua taxa básica de juros até um primeiro corte em junho.

A moeda norte-americana chegou a cair brevemente após a divulgação dos dados norte-americanos, mas logo passou a operar entre estabilidade e ganhos moderados conforme investidores digeriam a inflação um pouco acima do esperado.

Enquanto isso, a inflação brasileira acelerou mais do que o previsto em fevereiro e atingiu o nível mais alto em um ano diante da pressão sazonal dos custos da educação, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83%, acelerando a alta de 0,42% em janeiro e acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,78% no mês.

Embora a alta de educação seja sazonal, os custos de serviços vêm sendo acompanhados de perto pelo Banco Central (BC) para a condução da política monetária, em um ambiente de mercado de trabalho resiliente que tende a elevar os gastos dos consumidores.

Apesar deste avanço, analistas ouvidos pela CNN destacam que a trajetória de preços está em ritmo positivo e deve voltar a ceder ao longo dos próximos meses.

O BC também se reúne na semana que vem para decidir o patamar dos juros, com ampla expectativa de novo corte de 0,50 ponto percentual da Selic, a 10,75%.

Petrobras recupera, Vale cai

A Petrobras apresentou reação nesta sessão após dois dias seguidos de queda — com tombo acima de 10% na sexta-feira (8).

As ações preferenciais (PETR4) tiveram ganhos de 3,28%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 3,03%.

Na véspera, reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, o ministro de Minas e Energia e o presidente-executivo da Petrobras não trouxe novidades relacionadas aos dividendos extras, mas resultou no convite para a Fazenda passar a integrar o conselho de administração da estatal. 

O assento deve ser ocupado por Rafael Dubeux, que atualmente é secretário-executivo adjunto da Fazenda.

Na outra ponta, Vale (VALE3) perdeu 0,62% após mostrar reação na parte da manhã, em linha com a queda dos contratos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações do dia em baixa de 3,35%, a US$ 114,54 a tonelada, menor preço desde 11 de outubro.

Além do fator externo, investidores apuram o processo de sucessão da companhia, com o CEO Eduardo Bartolomeo se mantendo no cargo até o final de dezembro.

 

Confira outras notícias

- Estados querem elevar ICMS de 17% para 25% sobre compras de até US$ 50

Tema deve ser avaliado pelas Assembleias Legislativas; se aprovado, novo patamar só valerá em 2025

Os Estados devem votar na 4ª feira (13.mar.2024) o imposto cobrado nas compras do e-commerce internacional. A medida impactará os produtos da Shein, AliExpress, Shoppee e outras varejistas internacionais. A alíquota do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para esse segmento deverá subir de 17% para 25%, caso o tema avance nas Assembleias Legislativas. Novo patamar só valeria para 2025.

A arrecadação dos Estados com o ICMS tiveram a maior queda, em valores reais, desde 2015. Diferentemente do tributo estadual, o Imposto de Importação –que é federal– está zerado para compras de até US$ 50 nas varejistas internacionais. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) pressiona o governo federal a subir a cobrança para não prejudicar a indústria nacional.

Representantes das indústrias de calçados e vestuário de São Paulo pediram na 6ª feira (8.mar) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, restabelecesse o imposto de importação federal de 60% sobre esse tipo de compra. Atualmente, os produtos de até US$ 50 comprados de varejistas estrangeiras estão isentos da tributação federal, mas há a incidência da taxação estadual.

Com o atraso na adoção da medida, uma solução para as empresas nacionais seria o aumento da alíquota estadual. O diretor do Comsefaz (Conselho Nacional de Secretários de Fazenda), André Horta, disse que será possível saber em que pé está essa discussão na reunião de 4ª feira (13.mar). “A discussão sobre os 25% existe desde setembro do ano passado. Não foi entabulada porque havia muitos Estados discutindo a aprovação da nova [alíquota] modal [do ICMS] e essa pauta atrapalhava”, declarou.

Em junho de 2023, o governo federal criou o Remessa Conforme para ter dados mais confiáveis sobre o envio de encomendas ao Brasil. O programa visa a regularizar as empresas e combater a sonegação de tributos. A intenção inicial era estabelecer uma alíquota do imposto de importação, mas isso não foi adiante.

A reunião de 4ª feira (13.mar) do Comsefaz será realizada às 9h, em Brasília. Tem como pauta prioritária a reforma tributária, mas outros temas poderão ser abordados.

Para a avançar a alíquota de 25% sobre varejistas, as Assembleias Legislativas dos Estados também precisarão dar aval. Após a aprovação, passaria a valer somente em 2025.

REGULARIZAÇÃO DO COMÉRCIO

Apesar de grande apoio no Comsefaz, há um receio quanto à dificuldade de se aprovar aumentos de impostos nas Assembleias Legislativas. O que pode ajudar os governos regionais é a contribuição do setor produtivo nacional, que tem cobrado a volta do imposto de importação do governo federal.

O presidente do Comsefaz, Carlos Eduardo Xavier, disse que os Estados estão recebendo “pleito de diversas entidades empresariais nesse sentido”. André Horta, por sua vez, disse que não há justificativa para onerar com mais intensidade quem produz e emprega no Brasil.

Na prática, ao realizar compras em sites internacionais o consumo está financiando empresas estrangeiras. A Fiesp e o IDV (Instituto do Desenvolvimento do Varejo) avaliam que há uma vantagem competitiva para as companhias do exterior pela carga tributária.

Segundo Horta, a adoção de uma alíquota de 25% é uma forma de administrar a transição para a regularização das operações. “É dever do Estado regularizar as relações econômicas”, disse.

“As importações irregulares são injustas do ponto de vista tributário e inseguras para os consumidores brasileiros já que não há qualquer tipo de proteção de saúde pública de direitos do consumidor”, completou o diretor.

AÇÃO NO STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu em janeiro uma ação apresentada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) contra a isenção de imposto federal para importação para bens de pequeno valor (até US$ 50). O governo vai esperar o Supremo decidir antes de tomar qualquer iniciativa nessa área.

 

- Pix foi o meio de pagamento mais popular do Brasil em 2023 

Os brasileiros realizaram em 2023 quase 42 bilhões de transações por Pix, o que representa um crescimento de 75%, em relação ao ano anterior. Os dados sobre meios de pagamento são da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), baseados em levantamentos divulgados pelo Banco Central (BC) e pela Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs).

Desta forma, o Pix é confirmado como o meio de pagamento mais popular do Brasil.

Se considerado somente o número de transações do Pix, elas superaram todas as de cartões de crédito e débito, boleto, Transferência Eletrônica Disponível (TED), Documento de Crédito (DOC), cheques e TEC no Brasil, que, juntas, somaram quase 39,4 bilhões de operações.

O levantamento mostra que a população tem usado a ferramenta de pagamentos instantâneos para transações de menor valor. No ano passado, o valor médio do Pix ficou em R$ 420.

TED

Se considerado o volume de recursos movimentado via Pix em 2023, o total transferido alcança R$ 17,2 trilhões. O montante só fica abaixo dos valores transferidos por meio de TED, que totalizaram R$ 40,6 trilhões. A TED se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado para transferências de valores maiores de uma conta bancária para outra. Em 2023, o tíquete médio da TED alcançou R$ 46 mil. Essas transações demoram até uma hora para serem compensadas, na conta do destinatário.

Na comparação com 2022, os valores das transferências pela TED recuaram 0,2%. Ao mesmo tempo que no Pix cresceram 58%: passaram de R$ 10,9 trilhões, 2m 2022, para R$ 17,2 trilhões, em 2023.

Depois do Pix, os meios de pagamentos preferidos dos brasileiros foram os cartões de crédito (17,8 bilhões de transações) e de débito (16,3 bilhões), seguidos de boleto (4,2 bilhões), TED (892 milhões).

Sobre os valores das transações, após TED e Pix, o ranking traz, em terceiro lugar, os boletos (R$ 5,7 trilhões), cartão de crédito (R$ 2,4 trilhões) e cartão de débito (R$ 1 trilhão).

Pix

Criado pelo Banco Central, o Pix foi lançado, oficialmente, em novembro de 2020. De acordo com o BC, o Pix foi responsável por incluir 71,5 milhões de usuários no sistema financeiro.

O diretor adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria, avaliou as  vantagens desta modalidade de pagamento instantâneo: “O Pix tem se mostrado uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro em espécie em transações comerciais e também se tornou uma importante ferramenta para impulsionar a bancarização no país, trazendo novos clientes para o sistema financeiro.”

O BC informa que este meio de pagamento está disponível a pessoas físicas, jurídicas e governos que possuam uma conta-corrente, conta-poupança ou uma conta de pagamento pré-paga em uma das mais de 800 instituições aprovadas pelo Banco Central.

Entre as características do Pix estão a gratuidade da operação, as transações são concluídas em poucos segundos, e os recursos ficam disponíveis para o recebedor em tempo real.

Outro destaque é a praticidade da operação. O pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário (24 horas por dia, sete dias por semana), inclusive em feriados e fins de semana.

 

Fonte: CNN - Poder360 - Agência Brasil