O Ibovespa encerrou em queda e o dólar voltou a subir ante o real nesta quinta-feira (21), com investidores digerindo divulgações na véspera das políticas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.
O principal índice do mercado doméstico fechou com queda de 0,75%, aos 128.158 pontos, ignorando o clima positivo em Wall Street.
A queda do mercado é pressionada pelo desempenho negativo das principais companhias. Vale (VALE3) perdeu 0,24% a despeito da alta cima de 2,7% do minério de ferro na China, enquanto Petrobras (PETR4) cedeu 2,72%, em linha com o recuo do petroleo no mercado global após atingir as maiores altas desde outubro.
Após rondar a estabilidade na maior parte do dia, o dólar apontou para cima e encerrou a sessão com alta de 0,11%, negociado a R$ 4,979 na venda, semelhante ao desempenho da moeda norte-americana ante a cesta com divisas fortes.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu na quarta-feira fazer uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.
Economistas disseram que essa indicação não necessariamente significa que um corte de 0,50 ponto em maio será o último dessa magnitude no atual ciclo de afrouxamento.
De qualquer forma, a maior cautela do Copom confirma que não há possibilidade de a taxa Selic terminal ficar abaixo do atualmente projetado pelos mercados — algo que seria prejudicial para o real.
Enquanto isso, o Federal Reserve (Fed) deixou na quarta-feira sua taxa básica inalterada e também a projeção de que deve cortar os juros três vezes este ano.
Projeções atualizadas do banco central norte-americano mostraram que 10 das 19 autoridades do Fed ainda veem a taxa básica em queda de pelo menos 0,75 ponto percentual (ou três cortes de 0,25) até o final deste ano, uma visão mediana definida pela primeira vez em dezembro e mantida apesar da recente inflação mais forte do que o esperado.
Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e investimento desse dinheiro em mercados mais rentáveis, de forma que se lucra com a diferença de taxas.
Fonte: CNN - Reuters.