O Senado instalou nesta quarta-feira (10) uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
A CPI deverá, segundo o requerimento de criação, investigar denúncias de fraude que envolvem jogadores, dirigentes esportivos e empresas de apostas.
O colegiado terá até 180 dias para concluir os trabalhos, com possibilidade de prorrogação. Será formado por 11 membros titulares e 7 suplentes (veja os membros aqui).
A presidência dos trabalhos caberá ao senador Jorge Kajuru (PSB-GO), e a relatoria, ao senador e ex-jogador Romário (PL-RJ). A vice-presidência ficará com Eduardo Girão (Novo-CE), ex-dirigente do Fortaleza Esporte Clube.
A criação da CPI, que deve iniciar os trabalhos na próxima quarta (17), atendeu a um requerimento apresentado por Romário.
No documento, o parlamentar afirmou que os “grandes volumes” de dinheiro investidos em apostas e a falta de regulamentação do mercado podem indicar que ainda há “inúmeros” casos de aliciamento de jogadores e dirigentes.
— Colocando em risco a integridade do jogo, o bom ambiente de negócios e a paixão de milhões de brasileiros — escreveu.
Levantamento divulgado pela SportRadar, empresa especializada em monitoramento de partidas e parceira da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apontou suspeitas de fraudes em resultados de 109 partidas realizadas no Brasil ao longo do último ano. Os números colocam o país no topo do ranking de jogos suspeitos de manipulação.
O relatório da empresa considera como suspeito todos os jogos que têm "provas contundentes" de vício nos resultados ou com indícios críveis de fraude.
À época da divulgação, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, afirmou, em nota, que a entidade vem investindo "de forma maciça" no combate à manipulação de resultados no futebol.
A CPI instalada pelo Senado não é a primeira a se propor a apurar denúncias de manipulação no futebol.
Em maio de 2023, a Câmara deu início aos trabalhos de um colegiado de inquérito voltado ao tema.
A comissão havia sido criada na esteira de operações do Ministério Público de Goiás para apurar a manipulação dos resultados de jogos no Campeonato Brasileiro de 2022.
Segundo o MP, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos.
Depois de quatro meses, a CPI encerrou os trabalhos sem conseguir votar o relatório final, apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE).
No último dia de funcionamento da comissão, quatro deputados pediram vista (mais tempo para análise), impedindo a análise.
O movimento foi uma sinalização de descontentamento de membros da CPI com o parecer de Carreras, que não sugeriu indiciamentos.
Ao todo, a CPI da Manipulação do Futebol do Senado terá 11 membros titulares e 7 suplentes. Veja abaixo quem são os integrantes da comissão de inquérito:
Titulares
Suplentes
Fonte: ge