Economia

Dólar fecha em queda, a R$ 5,07, menor valor em quase um mês; Ibovespa sobe mais de 1%





Criação de vagas de trabalho e ganhos salariais arrefeceram em abril, trazendo alívio sobre juros norte-americanos

O dólar à vista fechou a sexta-feira (3) em baixa, voltando para abaixo dos R$ 5,10, em sintonia com o exterior, após dados mais fracos que o esperado do mercado de trabalho norte-americano elevarem as apostas em cortes de juros nos EUA.

A moeda norte-americana à vista fechou o dia cotada a R$ 5,069 na venda, uma queda de 0,86%. Esta é a menor cotação de fechamento em quase um mês, desde 9 de abril, quando a moeda encerrou em R$ 5,006. No acumulado da semana, a divisa dos EUA cedeu 0,93%.

Já o Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira (3), também de olho nos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,09%, a 128.508,67pontos, acumulando na semana um ganho de 1,57%. Na máxima do dia, chegou a 128.786,96 pontos. Na mínima, a 127.130,46 pontos.

A economia dos Estados Unidos gerou 175.000 novas vagas de empregos em abril, segundo relatório da Secretária de Estatísticas do Trabalho (BLS), conhecido como payroll.

Já a taxa de desemprego subiu ligeiramente em 0,1 ponto percentual, a 3,9%. Apesar da alta, o desemprego no país se manteve pelo 27º mês consecutivo abaixo dos 4%, igualando a uma sequência recorde vista entre 1967 e 1970.

A expectativa média de analistas consultados pela FactSet era de que os EUA criariam 235.000 vagas e manteriam o desemprego no patamar de 3,8% visto em março.

Apesar do enfraquecimento do mercado de trabalho, investidores veem os dados como “uma primeira boa notícia”, segundo avaliação do CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal.

Com um mercado menos aquecido, as pressões inflacionárias tendem a se reduzir. Com isso, Funchal avalia que a possibilidade de um corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, deve voltar a ser discutida para ocorrer ainda este ano.

“É um primeiro dado mais otimista no sentido de que a política monetária [norte-americana] está fazendo efeito. Se você olha para a revisão das expectativas de mercado, você já vê o dólar se desvalorizando frente às outras moedas, que já é um sinal de apostas de uma política monetária talvez com cortes de juros um pouco mais cedo”, explica o CEO da Bradesco Asset.

Após os dados, os contratos futuros de juros nos EUA passaram a precificar uma probabilidade de cerca de 78% de um corte nos juros na reunião do banco central dos EUA em meados de setembro, acima dos 63% registrados antes do relatório.

O Fed anunciou na quarta-feira (1º) a manutenção das taxas de juros nos níveis atuais – entre 5,25% a 5,5% ao ano -, à medida que dados de inflação acima do esperado continuam a adiar o momento do primeiro corte nas taxas.

Com a decisão, os juros seguem no nível mais alto em 23 anos, depois de aumentarem agressivamente as taxas há dois anos.

Após os novos dados, os operadores estão precificando dois cortes de 25 pontos-base pelo Fed este ano, em comparação com um esperado antes da divulgação dos dados.

 

Fonte: CNN