O Ibovespa fechou em alta e o dólar recuou ante o real nesta segunda-feira (14), com investidores à espera da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais detalhes sobre a decisão do Banco Central (BC) em cortar os juros, na semana passada.
No cenário global, as atenções se voltam aos novos dados da inflação dos Estados Unidos, que serão publicados na quarta-feira (15) e podem definir as expectativas para os próximos cortes dos juros pelo Federal Reserve (Fed).
A semana também trará leituras de preços ao produtor e dados de vendas no varejo dos EUA, bem como falas de dirigentes do Fed.
O principal índice do mercado doméstico encerro a sessão com avanço de 0,44%, aos 128.154 pontos, contrariando o clima negativo em Wall Street.
O desempenho foi puxado Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Itaú (ITUB3), com a temporada de balanços sob os holofotes que coloca as ações de BTG Pactual e Azul entre os destaques positivos, enquanto Yduqs (YDUQ3) recuou.
Ainda no cenário corporativo, a Petrobras divulga os resultados do primeiro trimestre nesta segunda, após o fechamento do mercado.
Já o dólar fechou o dia com perda de 0,12%, negociado a R$ 5,151 na venda, com o mercado ajustando posições após a alta acentuada.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,157 na venda, em alta de 0,28%, e encerrou a semana com salto acumulado de 1,75%.
O BC divulgará a ata de seu último encontro de política monetária – que teve uma decisão muito dividida pela desaceleração do ritmo de corte da Selic – na terça-feira, antes da abertura dos mercados.
O Copom optou na semana passada por fazer um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para 10,50% ao ano. A decisão foi tomada por 5 votos a 4, com todos os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo flexibilização mais intensa dos juros, de 0,50 ponto.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, teve o voto de Minerva que definiu o ritmo mais lento.
Mais cedo, o Boletim Focus mostrou que o mercado passou a ver a Selic mais alta ao fim de 2024, a 9,75%. Para o final de 2025 a Selic segue sendo calculada em 9%.
Enquanto isso, no exterior, a expectativa fica por dados de inflação dos Estados Unidos na quarta-feira, que podem definir as expectativas para cortes de juros no país.
O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve ter subido 0,3% em abril sobre o mês anterior e 3,6% na base anual, de acordo com estimativas de economistas consultados pela Reuters.
Atualmente, expectativas implícitas no mercado futuro de juros sugerem que o Fed fará seu primeiro corte em setembro.
Num geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real. Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.
Fonte: CNN - Reuters