Economia

Ibovespa sobe 0,3% após ata mostrar BC cauteloso com política monetária; dólar recua a R$ 5,13





Investidores também mantém no radar balanços financeiros e inflação nos EUA

O Ibovespa fechou em alta e o dólar recuou ante o real nesta terça-feira (14), com o arrefecimento das tensões do mercado após ata da última reunião monetária do Banco Central (BC) mostrar unanimidade entre os diretores na defesa de política mais contracionista e cautelosa.

No cenário internacional, as atenções se voltam a dados acima do esperado na inflação dos Estados Unidos após publicação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nesta manhã. Na quarta (15) saem dados de preços aos consumidores (CPI).

O principal índice do mercado doméstico avançou 0,28%, na faixa dos 128.515 pontos, apesar da forte pressão negativa da Petrobras após resultado abaixo das expectativas.

Os papéis preferenciais da estatal (PETR4) recuaram 1,8%, enquanto os ordinários (PETR3) perderam 2,74%.

Seguindo a tendência global, o dólar fechou a sessão com perda de 0,42%, negociado a R$ 5,130 na venda.

Ata alivia mau humor dos investidores

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada antes da abertura do mercado trouxe alívio aos investidores ao mostrar que todos os membros da diretoria defenderam a adoção de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa.

O documento era amplamente esperado pelos analistas após decisão apertada por 5 a 4 na semana passada, que definiu a desaceleração do ciclo de cortes dos juros para 0,25 ponto percentual (p.p.), deixando a Selic em 10,5% ao ano.

Segundo analistas, a divisão do grupo, com todos os indicados pelo governo Lula votando por corte de 0,5 ponto, trouxe temor ao mercado com a sinalização de que a nova configuração do BC seja mais leniente com a inflação nos próximos anos.

No entanto, a ata desta terça-feira mostrou cautela de todos os diretores do Banco Central, mesmo nos indicados pelo atual governo, que justificaram seu voto num corte mais intenso da Selic com a vontade de não desrespeitar a orientação futura anterior do BC, de que provavelmente reduziria os juros em 0,50 ponto em maio.

Inflação dos EUA

Os preços aos produtores dos EUA subiram 0,5% em março em comparação ao mês anterior, e atingiram 2,2% em 12 meses — o maior em um ano, segundo dados do Departamento do Trabalho.

Após a publicação, investidores passaram a ver cerca de 60% de probabilidade de um corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, contra chance de 64% observada antes.

Agora o mercado aguarda por números da inflação aos consumidores, que serão divulgados na quarta e devem trazer mais informações sobre expectativas de início de corte dos juros.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse esperar que a inflação continue a cair em 2024, embora sua confiança nisso tenha caído depois que os preços subiram mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre.

Fonte: CNN -Reuters