O Ibovespa fechou em alta e o dólar recuou ante o real nesta quinta-feira (16), com mercados reforçando a expectativa de cortes nos juros nos Estados Unidos após a bateria de dados divulgados nesta semana.
No cenário doméstico, Petrobras desacelerou as perdas, mas voltou a encerrar no vermelho após a demissão do presidente Jean Paul Prates reacender temores de ingerência do governo federal no comando da estatal.
No noticiário corporativo, a aquisição da AES Brasil pela Auren era destaque, em um acordo de R$ 7 bilhões que forma a terceira maior geradora de energia do país.
O principal índice do mercado doméstico fechou com alta de 0,2%, aos 128.283 pontos, a despeito do clima misto em Wall Street.
Já a expectativa positiva com os juros nos EUA deu fôlego para o recuo do dólar, que encerrou a sessão com perda de 0,11%, negociado a R$ 5,131 na venda.
O mercado voltou a apostar em dois cortes de juros de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve (Fed) este ano, com os operadores vendo uma chance de 72,6% de que o primeiro seja realizado em setembro, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Nos Estados Unidos, houve queda nos pedidos semanais de auxílio-desemprego, embora um pouco menor do que o esperado pelo mercado, enquanto a produção industrial estagnou em abril, ante previsão de alta de 0,1%.
Na véspera, dados da inflação aos consumidores (CPI, na sigla em inglês) mais amenos já reforçaram o otimismo de início de corte dos juros.
Num geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real.
Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.
As ações da Petrobras voltaram a fechar no campo negativo após cair quase 7% na véspera e apagar R$ 34 bilhões de valor de mercado.
As opções preferenciais (PETR4) fecharam o dia com retração de 2,81%, enquanto as ordinárias (PETR3) perderam 2,17%.
A sequência de resultados é a resposta do mercado a troca de Prates após semanas de tensão entre o agora ex-presidente e outros membros do governo federal.
A saída deu nova força aos temores do mercado de influência do governo na direção da principal estatal do país e nas políticas de investimento.
Para o seu lugar, o Ministério de Minas e Energia (MME) apontou Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP).
O nome ainda precisa passar por trâmites burocráticos da estatal antes de ser votado pelo conselho de administração. A expectativa é que o processo leve em torno de 15 dias.
Fonte: CNN